Saúde e Bem-Estar

Fernanda Brun, especial para a Gazeta do Povo

Febre, dor de garganta, torções: quando é hora de procurar o pronto-socorro?

Fernanda Brun, especial para a Gazeta do Povo
03/08/2018 11:30
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Há uma diferença entre a emergência e a urgência médica. Nem todos os casos precisam ser direcionados ao pronto antedimento. Foto: Bigstock

Febres, queimaduras, dores abdominais. São muitos os sintomas e desconfortos que nos levam às pressas para o hospital. Mas, como entender quais situações têm prioridade na hora do atendimento? Para começar, é importante compreender que há uma diferença entre a emergência e a urgência médica.
Uma emergência é uma situação com risco de vida, que têm prioridade. “Um tiro em tórax, uma queda de nível, um sangramento ativo, uma dor torácica, esses são casos de emergência”, explica Carlos Roberto Naufel Júnior, diretor do pronto-socorro do Hospital Evangélico.
Entre casos classificados como urgências estão agravos à saúde sem risco de vida iminente, mas que ainda sim demandam atenção: fraturas por queda ou esporte, dor de cabeça intensa, febres altas são alguns dos casos. Há ainda as situações de não-urgência, como dores de garganta, resfriados ou ferimentos leves – que terão menor prioridade no atendimento.
Orientações importantes
A triagem feita em unidades de atendimento segue regulamentações. “Todos os setores de urgência e emergência têm que ter um protocolo de acolhimento, que irá classificar a situação, de acordo com o grau de necessidade, e vai dar um tempo mínimo de espera”, explica o especialista.
Chamado Protocolo de Manchester, o processo classifica em cinco cores (vermelho, laranja, amarelo, verde e azul) o risco da situação. O vermelho, por exemplo, sinaliza uma emergência que precisa de atendimento imediato. Já o azul aponta um caso não urgente.

“Às vezes, você chega para o atendimento com uma dor de garganta que já dura três dias. Se seus sinais vitais estão estáveis, entre outras avaliações, você vai ser classificado como azul, o que significa que pessoas que chegaram depois de você e têm um caso mais grave, terão prioridade”, conta o médico.

Em situações como estas, cabe empatia e solidariedade para ter ciência de que casos de emergência sempre serão passados à frente e que as equipes médicas são treinadas para identificar os casos que precisam ser priorizados.
Além disso, é importante entender que existem diferentes unidades de atendimento. Um pronto-socorro, por exemplo, é um ambiente adaptado para atendimento de toda situação de urgência e emergência “desde o paciente que foi baleado até alguém se queixando de unha encravada”, explica Naufel.
Cólicas também podem ser um sintoma de câncer de endométrio. Foto: Bigstock.
Cólicas também podem ser um sintoma de câncer de endométrio. Foto: Bigstock.
Nestes locais, a prioridade máxima sempre será os casos mais graves, o que pode fazer com que pessoas com problemas leves demorem para ser atendidos. Os pronto-atendimentos, por outro lado, são para assistências de menor gravidade. “Estes lugares nem sempre possuem equipes e estruturas preparadas para atender uma emergência”, conta o especialista. Buscar atendimento de acordo com a gravidade do seu problema é muito importante para o bom funcionamento das unidades e garante o melhor atendimento.
Em casos nos quais são acionados serviços como o Siate e o Samu, os profissionais envolvidos seguem regulações para
fazer a primeira triagem, disponibilizando a estrutura correta para cada caso, desde a ambulância enviada até o hospital para o qual o paciente será direcionado.
Prevenção
Uma orientação simples passada por Naufel é manter na carteira, por exemplo, um papel indicando doenças crônicas, cirurgias realizadas e medicações usadas. “Com isso, caso você tenha algum problema de saúde sem estar acompanhado, o médico que recebê-lo não começa o atendimento do zero”, explica.
Para ajudar
  • Leve sempre um documento
  • Tenha anotado o nome de medicações que estão em uso, sejam elas contínuas ou não
  • Caso você tenha exames recentes, é interessante também levá-los para auxiliar o diagnóstico
  •  Tenha paciência e empatia.
Protocolo de Manchester
Saiba o que a pulseirinha que você “ganha” no pronto atendimento revela:
Vermelho | Emergência
Laranja | Muito urgente
Amarelo | Urgente
Verde | Pouco urgente
Azul | Não urgente