Saúde e Bem-Estar

Conheça os sinais do câncer infantil

Bel Victorio
23/11/2015 08:00
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(Foto: Bigstock)

Nem sempre é fácil identificar um câncer infantil. Febre prolongada, infecções, dor abdominal, diarreia, inchaços e perda de peso, se vistos de forma isolada, podem apontar para enfermidades comuns, como viroses, anemias ou fraturas. Mas quando elas são vinculadas ao histórico da criança podem ser sinais de câncer pediátrico, de acordo a oncologista Flora Watanabe, chefe do Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital Pequeno Príncipe. “Criança que sempre foi bem na escola e de repente está com a letra ruim pode ter problema de visão ou de coordenação motora associado a um tumor de retina”, exemplifica.
A solução é o acompanhamento médico regular. De preferência, com o mesmo profissional, que poderá fazer um comparativo da saúde da criança ao longo das consultas e pedir mais exames se notar algo errado. “Se os pais só levam o filho ao médico na emergência, o profissional só tratará o sintoma e pode acontecer demora no diagnóstico”, esclarece a profissional. As idas ao pediatra devem ocorrer todo mês quando são pequenas e a cada seis meses ou uma vez por ano quando estão em idade escolar.
Apoio familiar no tratamento é essencial
O tratamento de câncer pediátrico evoluiu nas últimas décadas, fazendo com que a probabilidade de cura global gire em torno de 70%. Mas, além do sofrimento físico, ele ainda causa sofrimento emocional, ao distanciar o paciente da família e dos amigos e ao envolvê-lo em uma rotina de exames, cirurgias e quimioterapias.
Isso torna o apoio da família fundamental durante o período, segundo a psiquiatra Carolina Marçal Cunha, coordenadora da Psico-Oncologia da Infância e Adolescência do A.C.Camargo Cancer Center. “Isso porque a reação dos pais influencia a reação da criança em relação ao seu diagnóstico. Cabe a nós orientar o que é válido ser conversado para que assim ela se sinta fortalecida, mais segura e confiante na situação”, explica.
Conheça os principais tipos de câncer pediátrico
Leucemia Linfocítica (ou linfóide) Aguda: LLA é o câncer mais comum na infância e representa 30% do total de casos. Provoca alterações nos glóbulos brancos na medula óssea. Entre os sintomas, estão manchas roxas e anemia.
Tumor de Wilms: Pode afetar um rim ou ambos e é mais comum entre crianças na faixa dos 2 a 3 anos de idade. Representa de 5% a 10% dos tumores infantis. Pode provocar alteração no tamanho da barriga.
Neuroblastoma: Geralmente diagnosticado durante os dois primeiros anos de vida, pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas suprarrenais e mediastino. Dor nas pernas, irritabilidade, febre, palidez e manchas roxas no corpo estão entre os sintomas.
Retinoblastoma: Tem origem nas células que formam parte da retina, cujo sinal mais comum é o brilho ocular chamado de “reflexo do olho de gato”. Existem duas formas da doença, a hereditária e a esporádica. Costuma aparecer em crianças entre 2 e 3 anos de idade.
Rabdomiossarcoma: O tumor tem origem nas mesmas células embrionárias que dão origem à musculatura estriada esquelética ou voluntária, ou seja, músculos que se prendem aos ossos ou a outros músculos. Caroço, massa ou inchaço é um dos sinais.
Fontes: Redação com A.C.Camargo Cancer Center.