Doces

Pipoca e guaraná podem até ser um programa legal. Mas, nutricionalmente falando, não são bons alimentos. Afinal, sobram calorias e açúcar e faltam vitaminas. Mas, se já é difícil para um adulto resistir a tentações como chocolates e friturinhas, o que falar de quem está na infância? Resolvemos chamar a nutricionista Débora Maria Russo para fazer um raio-x de algumas guloseimas, revelar o que elas têm de bom, o que as desabona e a quantidade considerada “segura” de ingestão. Vale aí um recadinho nada animador: “Apesar de saborosas, elas contribuem para o desequilíbrio nutricional das crianças. Além de serem ricas em leite e glúten, dois componentes campeões em provocar intolerância”, diz a nutricionista. A solução é comer pouquinho só para matar a vontade, diversificar ao máximo a dieta e não deixar a comodidade tomar conta preenchendo a lancheira do filhote com bolacha recheada…

Prefira fazer em casa – com pouquinho azeite – a se render às de microondas, ricas em gordura trans. A doce, do tipo canjica, é uma opção com menor teor de gordura (já que não é frita), mas contém mais açúcar.

• Calorias: Light – 80 cal/ Normal – 100 cal/ Chocolate – 120 cal/ Canjica – 93 cal para três colheres de milho sem estourar

• Consumo: um pacote pequeno, de vez em quando.

No lugar de consumir chocolate puro, prefira as opções com fruta e cereais que são menos calóricas e as com castanhas, que têm selênio – um importante antioxidante. O chocolate amargo é mais saudável, pois é rico em FOS – frutooligossacarídeo –, um alimento para as bactérias boas do intestino. Para quem tem intolerância à lactose, a alternativa é consumir chocolate de soja.

• Calorias: 160 cal, em 30 g (média)

• Consumo: uma barrinha pequena dia sim, dia não.

Açúcar demais e gordura demais. Mas se, mesmo assim, você quiser fazer em casa, cuide para – pelo menos – usar óleo fresco na fritura.

• Calorias: 300 cal (média por porção)

• Consumo: o menos possível.

São uma alternativa para crianças que não podem consumir glúten, mas têm leite de vaca na composição.

• Calorias: 185 cal, em 40 g

• Consumo: 1 xícara em dias alternados.

São boas fontes de fibras, que auxiliam o trânsito intestinal e ajudam na fermentação das boas bactérias, que mantêm a integridade da parede intestinal, equilibram o sistema imunológico, matam as cândidas, fungos e más bactérias. Elas também fazem parte do bolo fecal e, ao absorverem água, evitam a obstipação. Evite, no entanto, as com chocolate.

•Calorias: 100 cal (média)

•Consumo: 1 barrinha em dias alternados.

Experimente trocar os achocolatados em pó (que têm excesso de açúcar) por cacau (rico em FOS), gradativamente, até que o paladar esteja adaptado. Para adoçar, use stévia, mel ou açúcar mascavo. Outra idéia são as vitaminas com frutas. E, no mais, vale a dica de variar sempre e alternar o leite com leite de soja e sucos de fruta. O aumento dos casos de intolerância à lactose em crianças chama atenção para o fato do consumo exagerado de leite (direta e indiretamente).

• Calorias: 124 cal, em 200 ml (de bebida pronta)

• Consumo: 1 copo a cada 3 dias.

Essas gostosuras são ricas em açúcar, que é alimento para as bactérias ruins que provocam a fermentação no intestino. Além dos efeitos nos dentes. Dá para trocar os doces açucarados por balas de frutas, como as de banana, que não contêm corantes.

• Calorias: 390 cal, em 100 g

• Consumo: 3 balas por dia.

Além de serem ricas em açúcar – o que pode causar disbiose (alteração da flora intestinal) –, farinha refinada e gorduras trans, elas apresentam altas doses de corantes, que são considerados hoje uma causa importante de alergias e até de hiperatividade nas crianças.

• Calorias: 140 cal, em 3 biscoitos (média)

• Consumo: o mínimo possível.

Eles são a versão salgada das bolachas recheadas e, portanto, contam com doses generosas de gordura trans e corantes artificiais, além de sal, que em excesso faz mal à saúde. Há no mercado duas opções mais saudáveis para o tira-gosto: sementes de girassol salgadas e biscoitinhos integrais. Fique de olho nos rótulos, pois em alguns consta a inscrição Zero Trans. Entretanto, a trans é substituída por óleo de palma e outras gorduras saturadas, que também são prejudiciais à saúde.