Conversar com bebês daquele jeito cheio de manha, como muitos adultos fazem, ajuda a fazer com que as primeiras palavras saiam com mais facilidade. Falar sobre situações cotidianas e contar histórias em diferentes entonações tem um “peso” grande para o bebê começar a falar, segundo a psiquiatra de crianças e adolescentes, Maria Lúcia Maranhão Bezerra.
“O mamanhês é uma comunicação cheia de outros sentidos. Qual o sentido em dizer que vai comer o pezinho da criança ou que vai roubá-la da mãe porque é muito lindinha? Mas, mesmo com essas “barbaridades”, a forma de se falar é um modo de iniciar a falar da criança: é uma quantidade tão grande de tons, inflexões, que é praticamente uma sinfonia, uma orquestra riquíssima para o ouvido da criança”, afirma Maria Lúcia.
Quando a mãe, além de conversar, também faz cócegas na barriguinha, levanta o filho, puxa para perto e afasta, os movimentos enriquecem o desenvolvimento da criança. “O bebê percebe melhor o que é o corpo dele, o que é da mãe. A criança, mesmo com dois anos, tem habilidades incríveis, que precisam ser nutridas. Ela pode ter visto uma vez na vida um cachorro são bernardo e um chihuahua, mas sabe que são dois cachorros, e nem parecidos são!”, diz.
