Saúde e Bem-Estar

Falar sempre com o bebê é imprescindível

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo
16/05/2016 16:00
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O contato dos pais com a criança por meio do olhar e da fala são fundamentais para o desenvolvimento comunicativo. Desde o nascimento os bebês já utilizam métodos de comunicação através do choro, olhar e gestos, e no primeiro mês de vida a linguagem pode ser avaliada em relação à recepção. Nesta fase a criança já deve reagir ao som de vozes e mesmo outros sons, e tem a capacidade de fixar o olhar, o que irá auxiliar na percepção da articulação da fala da mãe, pai, ou outras pessoas próximas.
A neuropediatra Danielle Caldas Bufara Rodrigues explica que na medida em que ocorre a maturação neuronal se inicia a vocalização dos bebês. Nos primeiros meses surge a emissão de vogais simples, a partir do quinto mês pequenos gritos, e monossílabos a partir do sétimo mês. “A linguagem significa receber e transmitir informações de forma eficaz, enquanto a fala se refere à maneira de articular sons e palavras”, define a médica.
Ela explica que cada fase da criança requer a análise de detalhes específicos. “A atenção do bebê e a reação a sons nos primeiros meses são fundamentais para descartar problemas de audição e cognição”, diz Danielle. Segundo ela, a utilização de testes de triagem tem se mostrado bastante sensível e eficaz na detecção de situações que envolvem o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, que inclui a linguagem.
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Os testes favorecem o diagnóstico e tratamento precoce de patologias que necessitem de intervenção durante a maturação cerebral. “O simples fato de um recém-nascido não reagir a estímulo de um sino ou não se assustar com um ruído mais forte, já podem ser sinais para o pediatra investigar e acompanhar com cuidado o desenvolvimento da linguagem”, afirma a neuropediatra.
Os profissionais orientam hábitos simples para estimular a comunicação, como: quando estiver perto do bebê usar a linguagem, especialmente durante alguma tarefa relacionada à criança, mesmo que ela não entenda. Danielle também recomenda sorrir, chamar pelo nome, nomear tudo que estiver no campo de visão do bebê, e falar pausadamente para demonstrar os movimentos articulatórios para que a criança perceba os movimentos dos lábios e da língua durante a fala, o que estimula a repetição.
“O erro mais comum atualmente é a falta de comunicação verbal que existe nos lares, basicamente devido à tecnologia dos smartphones e rotina familiar atual”, alerta a neuropediatra.