Saúde e Bem-Estar

Mitos e verdades sobre atividades extracurriculares

Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo
19/02/2016 22:00
Desenvolvimento da autoestima, aquisição de novas habilidades e estímulo ao raciocínio são alguns dos benefícios das atividades extracurriculares para as crianças, mas que só podem ser sentidos se as necessidades, características e interesses individuais dos pequenos forem respeitados. Para ajudar nas escolhas relacionadas a atividades extracurriculares, desmistificamos algumas ideias comuns sobre o tema:
A atividade extracurricular apenas reforça o aprendizado da escola – MITO
As atividades extracurriculares podem impactar no aprendizado, mas não são “reforço escolar”. Cada uma delas introduzirá a criança a novas habilidades que devem estimular o desenvolvimento de capacidades como a de armazenamento de informações.
A criança precisa de tempo livre – VERDADE
A ociosidade é fundamental para que a criança dê vazão às suas fantasias, desenvolvendo sua criatividade. Além disso, é nesse momento que ela aprende a organizar seu tempo, fazendo escolhas e trabalhando com prioridades.
[Para evitar ciúmes,] é melhor que irmãos pratiquem as mesmas atividades – MITO
A individualidade (interesses, habilidades, maneira de se relacionar com o mundo) de cada criança deve ser respeitada para garantir a satisfação na realização da atividade extracurricular. Mesmo que irmãos gostem de esportes, por exemplo, eles podem preferir esportes diferentes.
As atividades ajudam a desenvolver a autoestima da criança – VERDADE
Ao possibilitar a descoberta de habilidades, as atividades colaboram, sim, para o desenvolvimento da autoestima da criança. No entanto, é preciso lembrar que não se faz um pianista do dia para a noite e que cada etapa do novo aprendizado deve ser valorizada.
Se meu filho é bom no futebol, não tem problema ele não ir tão bem na escola – MITO
O aprendizado resultante das atividades extracurriculares é tão importante quanto o da escola, mas não se deve priorizar uma área em detrimento da outra. Se a criança não vai bem na escola, os pais precisam identificar os motivos e buscar formas para resolvê-los.
Algumas atividades são “obrigatórias” – VERDADE
A natação, por exemplo, está ligada à sobrevivência, enquanto o inglês ao futuro profissional. Em casos assim, os pais podem determinar que a criança se dedique à atividade, mas é preciso conscientizá-las sobre a importância da prática em questão.
É melhor ter atividades demais do que atividades “de menos” – MITO
Deixar a criança desocupada é tão prejudicial quanto sobrecarregá-la. É preciso encontrar um equilíbrio e isso depende do ritmo de vida que cada criança “aguenta”, por isso é preciso observá-la.
“Não quero ir” nem sempre é um problema – VERDADE
Quando a criança diz que não quer ir à natação ou à aula de desenho isso pode significar apenas que ela não quer parar de fazer o que está fazendo. Para evitar isso, é importante combinar a saída e avisar algumas vezes que o horário de sair está se aproximando.
Fontes: Evelise Portilho, professora de pedagogia da PUCPR; Merylin Franciane Labatut, gestora de educação infantil do Colégio Positivo Júnior; Quézia Bombonatto, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia.