Saúde e Bem-Estar

Na UTI

Adriano Justino
26/03/2007 01:38
O susto, a ansiedade, a preocupação e o medo não devem afastar os pais de seus recém-nascidos prematuros. “O medo de perder o bebê às vezes causa um bloqueio nos pais, que não conseguem chegar perto da criança”, conta a neuropediatra Mara Lúcia Santos.
O acompanhamento psicológico é imprescindível nesses casos, até pelo bem do bebê. “O bebê percebe toda a movimentação familiar e tem um desenvolvimento mais harmônico mesmo dentro de um ambiente hostil e diferente do útero materno. Reconhecidamente a evolução é muito mais favorável quando pais e familiares participam ativamente de todo o processo”, diz a neonatologista Silmara Aparecida Possas. O método canguru é um exemplo de como a ligação com os pais traz benefícios aos bebês. Ao permaneceram em uma bolsa atada aos corpo da mãe ou do pai, em um contato pele a pele, o tempo de permanência na UTI é menor.
O próprio atendimento aos recém-nascidos nas UTIs neonatais passou a ser mais humanizado nos últimos anos. “A equipe obedece a horários conforme o ciclo de sono de cada bebê, procura não estressá-los com manipulações desnecessárias e descoordenadas, manter um ambiente com pouca iluminação, baixo nível de ruídos, aquecido, controlar a dor através de técnicas não medicamentosas, aconchegar os bebês em posições fisiológicas conforme a idade gestacional”, descreve Silmara.
Antes, os procedimentos mais invasivos e quase que permanentes acabavam por estressar os bebês, que não conseguiam nem mesmo dormir por tempo suficiente para recuperar energias. “Hoje tentamos fazer tudo num mesmo horário. Procuramos um equilíbrio entre o que é importante e o que pode ser evitado ou o que pode ser conciliado”, informa Mara Lúcia.