Saúde e Bem-Estar

O dilema do crescimento das crianças

Amanda Milléo
29/04/2015 00:15
Thumbnail
Crescer é o melhor indicador de saúde em qualquer fase da vida da criança. Mas, três períodos em especial exigem que pais e médicos fiquem atentos à altura e peso. O primeiro é antes de a criança nascer, do meio para o fim da gestação; seguido dos dois primeiros anos de vida; por fim, o estirão da puberdade, que finaliza o crescimento. Cada etapa tem uma particularidade, e crianças que fogem da média precisam de uma atenção especial.
No nascimento
Se os membros da família são todos altos, isso não indica que a criança nascerá mais alta que a média. O peso e tamanho no nascimento dependem muito mais dos hábitos saudáveis da mãe durante a gestação, como uma boa alimentação e exercícios físicos.
Altura dos pais
Há crianças que crescem mais que a média, outros menos, mas isso depende muito da altura dos pais e com quanto de altura elas nasceram. “Até dois pontos acima ou abaixo da média é normal”, diz a endocrinologista pediátrica membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e professora do departamento de pediatria da UFPR, Margaret Boguszewski.
Primeiros anos
Em média, os primeiros anos de vida têm centímetros de altura bem definidos. No primeiro ano, são 25 cm a mais na estatura desde o nascimento, seguido de 14 cm com dois anos, e ao completar o terceiro, somam-se mais 8 cm. Por isso, não se assuste se o bebê der uma ‘esticada’.
No segundo ano
Após os dois anos, a criança passa a sentir a influência genética. O crescimento do bebê tem o pico no meio da gestação, até a 30ª semana. Aquela com pais altos, que nasceu pequena, acelera o crescimento para atingir o canal da família ao longo dos três primeiros anos. “E quem nasce grande em uma família não tão alta, desacelera”, diz Geraldo Miranda Graça Filho, endocrinologista pediátrico membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Pesos diferentes
Os gramas que os pequenos ganham variam com o passar do tempo e com as características familiares. Nos primeiros dias de vida, segundo Margaret, o peso pode aumentar 30g por dia, e depois estabilizar ou diminuir. “Os médicos acompanham o peso pelas curvas de crescimento, que estão na carteirinha que a criança recebe após sair do hospital”, diz.
Estirão da puberdade
São quatro anos de puberdade, para meninos e meninas. Nesse período, eles adquirem novos adjetivos: desajeitados, desengonçados, até estabanados – e com razão. “Ao nascer, braços e pernas são curtos em relação ao tronco. Ao crescer, os braços aumentam mais que o tronco. Na adolescência, asmeninas ficam mais proporcionais, mas os meninos ainda têm braços mais compridos, um pouco dismétricos”, diz o endocrinologista pediátrico Geraldo Graça Filho.
Mais cedo igual a menor
Quanto mais cedo ocorre o estirão da puberdade, a tendência é que a estatura seja menor, segundo Graça Filho. Em média, as meninas começam a fase do estirão mais cedo, por volta dos 11 anos, e ficam 13 cm menores que os meninos. Outra causa dessa diferença de altura é hormonal. O estrogênio não estimula o crescimento tanto quanto a testosterona.
Por que parou?
Parou de crescer? Comece a procurar infecções, intolerâncias, anemia ou verminoses. A endocrinologista pediátrica Margaret Boguszewski diz que uma das situações que aparecem com frequência nos consultórios é a intolerância ao glúten e à lactose. “Às vezes, os pais não percebem que a criança não está bem, é um problema intestinal que diminui a absorção dos nutrientes que auxiliam o crescimento. O mesmo com a infecção urinária, que gera um catabolismo no organismo muito brutal, diminuindo o ganho de peso e o crescimento”, explica. Nas crianças mais velhas, as verminoses são bastante comuns, em especial a giárdia.