Saúde e Bem-Estar

Será que seu bebê está com dor?

Da redação
18/12/2015 08:00
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(Foto: Bisgtock)

Nem sempre os pais conseguem identificar se o bebê recém-nascido está sentindo dor e qual é a intensidade dessa dor. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo desenvolveram um software que detecta as expressões faciais dos bebês relacionadas a essas sensações. O principal objetivo do mecanismo é ajudar os médicos neonatais a decidirem por intervenções mais ágeis e precisas, a partir das expressões dos bebês.
Para desenvolver o software, os pesquisadores criaram um banco de imagens faciais de 30 recémnascidos, com idade gestacional entre 28 e 34 semanas. As fotos foram feitas antes, durante e após a coleta de sangue por punção no dorso da mão, que depois foram classificadas em faces neutras, de dor e de desconforto por seis neonatologistas, que não sabiam em que momento cada foto tinha sido tirada.
Depois, as imagens foram padronizadas a partir de diferentes pontos: olhos, sobrancelhas, nariz e lábios, mapeando a geometria, as proporções da face do recém-nascido, e criando assim uma “assinatura facial“. Para que o software fizesse a diferenciação das imagens de dor e ausência de dor, foi programada a comparação entre a geometria da face em tempo real e a do banco de imagens, analisando parâmetros que determinam a presença de dor no bebê, determinados pela escala Neonatal Facial Coding System (NFCS).
Algumas características foram identificadas quando os bebês sentiam dor, como por exemplo: testa saltada, boca aberta e tensa, sulcos na pálpebra estreitos e sulco nasogeniano (ao lado do nariz, próximo à boca) profundo.
“Observamos que o software não detectou expressões de dor em 85% das fotos tiradas enquanto os bebês repousavam sem que estivessem submetidos a nenhum procedimento doloroso. Durante a realização do procedimento que causaria dor nos bebês, o programa detectou as expressões de dor em 100% das imagens, enquanto que alguns profissionais identificaram as expressões somente em 77% das fotografias”, explica Ruth Guinsburg, pesquisadora responsável pelo estudo.