Saúde e Bem-Estar

Beatriz Pozzobon, especial para a Gazeta do Povo

Fones de ouvido não são todos iguais e devem ter tempo diário limitado

Beatriz Pozzobon, especial para a Gazeta do Povo
07/10/2019 13:00
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Os fones menos indicados são os que são introduzidos no canal do ouvido, porque todo o som vai direto para os tímpanos, aumentando as chances de lesão. Foto: Bigstock.

Problemas auditivos deixaram de ser uma queixa apenas das pessoas mais velhas, que chegam aos consultórios com alguma dificuldade de audição causada pelo envelhecimento natural.
Adolescentes e jovens têm procurado ajuda, principalmente pelo uso abusivo — e errado — dos fones de ouvido. O primeiro sintoma que revela que a audição pode estar em sofrimento é justamente o zumbido.

“O zumbido é um barulho que se parece com apitos, chiados ou com o som da panela de pressão e costuma ser escutado, principalmente, em momentos de silêncio, como os que antecedem a hora de dormir”, diz a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O zumbido pode causar distúrbios no sono, na concentração e no humor, o que pode levar a alterações emocionais, como depressão e ansiedade, como explica o otorrinolaringologista Rogério Hamerschmid, que atua no Hospital IPO e é professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Hipersensibilidade também aparece

A perda de audição, que é lenta e gradativa, também tem como sinal inicial a hipersensibilidade, ou seja, a diminuição da tolerância a sons. “A sensibilidade auditiva limita a vida social do indivíduo, porque ele passa a preferir ficar em casa para evitar o contato com sons muito altos”, diz Tanit.
Por isso, ao observar algum sintoma, a recomendação é procurar um médico especialista o quanto antes. “A maneira como o som alto estraga o ouvido é irreversível. Ele destrói as células auditivas, que não têm capacidade para se regenerar”, diz Tanit. Em casos muito graves, a única solução pode ser o uso  do aparelho auditivo.

Sem danos!

A otorrinolaringologista Tanit Sanchez separou dicas de como usar o fone de forma saudável:
Volume: não ultrapasse a metade do nível de volume que o aparelho permite.
Tempo: limite o uso diário a, no máximo, quatro horas, com um intervalo de uma hora após a metade do tempo.
Tipo ideal: nenhum fone de ouvido é totalmente seguro, mas os mais adequados são os maiores, que cruzam em cima da cabeça e tampam a orelha por completo. Eles têm tecnologia de bloqueio de ruídos, que permite que a pessoa ouça música em ambientes mais barulhentos sem precisar aumentar muito o volume.
Evite: os fones menos indicados são os que são introduzidos no canal do ouvido, porque todo o som vai direto para os tímpanos, aumentando as chances de lesão.

Orientação em casa

Assim como a escola orienta os adolescentes para o uso consciente dos fones de ouvido, os pais também devem ter esse controle em casa. “O primeiro passo é perguntar a seu filho se ele escuta algum barulho no ouvido nos momentos de silêncio e observar se ele coloca as mãos nos ouvidos em festas ou no trânsito, o que pode revelar a hipersensibilidade”, explica a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez. Os pais devem checar, de tempos em tempos, o volume do som do fone do filho.
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