Gympass, o “Airbnb” do exercício físico que dá acesso a 17 mil academias no mundo

A rotina de exercícios físicos da administradora Daniela Mello, de 25 anos, é dividida entre treinar em boxes de crossfit e aulas de pilates. A escolha do local do treino é definida de acordo com o que é mais conveniente para ela em sua rotina. “Algumas vezes fica mais fácil ir perto de casa ou do trabalho, em dias que tenho mais tempo posso ir um pouco mais longe, treinar com os amigos”, conta.

Para isso, Daniela não precisa pagar diferentes mensalidades, ela usa o Gympass, uma plataforma que permite acesso a qualquer uma das 17 mil academias, estúdios e outros estabelecimentos de prática de atividade física conveniados – número que corresponde a mais de 50% do total de estabelecimentos do país, segundo dados de 2014 da ACAD – Associação Brasileira de Academias.

Assim como muitas das startups de sucesso, o Gympass surgiu da necessidade de um dos fundadores. Como tinha dificuldade em conciliar as viagens e a rotina de exercícios, Cesar Carvalho decidiu criar uma plataforma que permitisse frequentar academias em várias cidades, no Brasil e no exterior, pagando uma mensalidade única. Lançado em 2012, o Gympass é aceito hoje em academias de 1,2 mil cidades brasileiras e em mais 14 países.

A flexibilidade, tanto para o usuário quanto para as academias, também é um dos pontos altos da ferramenta: não existe contrato, taxa de inscrição ou multa de cancelamento. “Além disso, para marcar a aula, basta fazer o check-in (reserva da aula) pelo aplicativo. O conceito é um uso por dia, todos os dias do ano”, ressalta o CEO Brasil do Gympass, Leandro Caldeira.

Como a empresa em que Daniela trabalha é parceira da plataforma e arca com uma parte do custo da mensalidade, além da economia – ela gasta menos de 1/3 do que pagaria se tivesse que pagar a mensalidade inteira do próprio bolso – a administradora também consegue variar a escolha das atividades. “Já fui em seis academias diferentes em Curitiba e uma em São Paulo, quando estava viajando a trabalho. Isso facilita manter a assiduidade. Se eu tivesse que pagar por diária de academia em viagem, dificilmente iria”, conta.

O modelo de negócios também promete dar uma ajudinha para aquelas pessoas que ainda não encontraram o esporte ideal: é possível testar aulas de cerca de 700 modalidades, como pilates, yoga, tênis, lutas ou danças. “Somos uma plataforma de descobertas, que ajuda e empodera as pessoas a encontrar uma atividade física para amar. A possibilidade de experimentação é muito importante”, opina.

Caldeira conta que a empresa tem a missão desafiante de acabar com um dos grandes problemas da sociedade atual: o sedentarismo. “Acreditamos que todas as pessoas podem encontrar uma atividade para amar e ter uma vida mais saudável e, por se tratar de uma opção flexível, prática e acessível, a plataforma é um player excelente para quem se preocupa com o bem-estar”, diz.

Firmar parcerias com empresas é o foco principal do Gympass. “Dentre os canais, focamos no mercado corporativo, onde as empresas investem para que seus colaboradores pratiquem atividade física com um valor superatrativo, considerando um investimento da empresa”, observa Caldeira.

Com a parceria, os colaboradores pagam mensalidades entre 50% a 80% mais baixas em relação aos preços de mercado. “O serviço para consumidores individuais existe, mas somente no Brasil. Como nossa missão é acabar com o sedentarismo no mundo, passamos a focar nossos esforços nos usuários corporativos. Empresas têm um alcance gigantesco.”

Bruna Klein, responsável pelo setor de benefícios da startup Pipefy, de Curitiba, que é conveniado ao plano de exercícios, conta que para a empresa o custo é baixo em comparação às vantagens. “É uma forma de estimular o cuidado com a saúde, disposição e motivação dos colaboradores”, observa. Dos 118 funcionários, 37 aderiram ao plano desde 2017, quando o convênio começou.