Quem adere a uma dieta low carb pode não saber, mas o hálito tende a mudar. Com gosto metálico, que lembra a acetona, ou às vezes mais adocicado, a halitose cetônica é apenas um reflexo das alterações que o organismo teve de fazer para se adaptar à falta de glicose ou a um jejum prolongado.
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Ao cortar os carboidratos de uma dieta, ou ficar muito tempo sem comer, o corpo fica sem a principal fonte de energia e tende a buscar pela glicose por outras vias. Uma delas é a quebra dos ácidos graxos, ou as gorduras, que acabam levando à liberação dos chamados “corpos cetônicos”. São esses que geram o hálito de acetona (ou cetônico).
“O hálito fica parecido com a acetona, aquela usada para a retirada do esmalte, ou metálico. A sensação adocicada é mais comum em casos de hipoglicemia, que pode acontecer com os diabéticos, quando a doença não está bem controlada”, explica Claudia Christianne Gobor, vice-presidente da Associação Brasileira de Odontologia, seção Paraná e presidente da Associação Brasileira de Halitose.
Como evitar
O hálito de acetona não é causado por nenhum alimento específico, mas pela falta deles. Assim, o tratamento mais indicado, conforme lembra Gobor, é evitar longos períodos sem se alimentar — e incluir a variedade dos grupos nutricionais no prato, inclusive os carboidratos.
“Alimentar-se a cada três ou quatro horas, e sempre ingerir líquidos. Chá, suco, água, ajudam a fazer uma limpeza na boca”, sugere a especialista.
A fama das dietas sem carboidratos fez com que a halitose cetônica aparecesse com mais frequência no consultório de Diego Malucelli, médico otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba.
“Essa não é a causa mais comum, as principais causas de halitose ainda estão relacionadas à higiene oral, ou alterações dentárias, gengivites, saburra lingual. Alguns medicamentos também acabam por reduzir a salivação e isso pode levar ao mau hálito”, explica o especialista.
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