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Desconhecimento sobre depressão e suicídio tornam homens grupo de risco para doenças. Foto: Bigstock.
Desconhecimento sobre depressão e suicídio tornam homens grupo de risco para doenças. Foto: Bigstock. | Foto:

Nada de desequilíbrio químico com influências ambientais. Para 30% dos homens no Brasil, a depressão é uma doença causada simplesmente por uma “falta de fé”.

Mais ainda, 55% deles estão convencidos que o tratamento contra a doença provavelmente se baseia em atitudes positivas e alegres — não em medicamentos e psicoterapia.

Embora a depressão e o suicídio sejam assuntos que ganharam mais repercussão nos últimos anos, presentes em filmes e séries, a discussão parece não ter chegado aos círculos masculinos. O desconhecimento torna esse público mais suscetível ao suicídio e à depressão do que as mulheres, que tiveram respostas mais corretas para as mesmas questões.

Os dados foram coletados pelo IBOPE Conecta, em entrevista com dois mil brasileiros, a partir dos 13 anos de idade, de cinco regiões metropolitanas do país: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Fortaleza. Em São Paulo, as entrevistas foram realizadas na capital.

O levantamento faz parte da pesquisa Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental, que por sua vez compõe a campanha Na Direção da Vida — Depressão Sem Tabu, conduzida pela Upjohn (divisão do laboratório Pfizer para doenças crônicas não-transmissíveis), Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) e o Centro de Valorização da Vida (CVV).

Falta de fé?

Quando questionados se achavam que a depressão era uma questão de falta de fé, 15% dos homens entrevistados concordaram. Outros 15% não souberam responder, enquanto que a maioria, 70%, disse ser um mito. Em relação às mulheres, porém, esse pouco conhecimento dos homens com relação à doença chama atenção: 83% delas disseram que não se tratava de uma falta de fé.

Outro destaque se apresentou na pergunta que associava a depressão a um sinal de fraqueza:

Do todo, 29% dos homens estavam convencidos de que a depressão seria um sinal de fraqueza da vítima. Entre as mulheres, apenas 18% tiveram a mesma dificuldade em apontar o erro na afirmação.

Com relação aos tratamentos contra a depressão, quando perguntados se tomariam algum tipo de antidepressivo caso assim fosse prescrito pelo médico, 21% dos homens disseram que não. Apenas 16% das mulheres tiveram a mesma resposta.

“Homens são mais suscetíveis ao suicídio, e o risco é maior entre eles, porque muitos ainda reforçam associações como a depressão ser falta de fé”, explica Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

“Não pense em bobagens”

O desconhecimento com relação à depressão e ao suicídio entre os homens também leva ao aconselhamento errado de pessoas próximas que buscam por ajuda. No estudo, diante do questionamento: “Ao ouvir alguém com discurso de morte, o que você faria?”, 28% dos homens disseram que responderiam “Falaria para não pensar em ‘bobagens’. Outros 19% afirmaram que recomendariam a busca por uma religião.

Por outro lado, a maioria dos homens, 62% deles, também alegaram que se ofereceriam para conversar e ouvir sem fazer julgamentos. Entre as mulheres, 75% delas escolheram a mesma resposta.

Metade delas (50%) também recomendaria a busca de um psicólogo (em comparação, 48% deles deram o mesmo conselho), e apenas 16% e 17% falariam se tratar de uma “bobagem” ou buscar uma religião, respectivamente.

*A repórter viajou a São Paulo à convite do laboratório Pfizer.

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