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Se o idoso reclama que sente algo preso na garganta, tem dores na hora de engolir ou se engasga com frequência durante e após as refeições, esses são sinais importantes para que os familiares fiquem atentos a uma possível disfagia. A condição é comum do envelhecimento, quando a musculatura do sistema digestivo se torna mais fraca, mas também pode ser causada pelos tratamentos de doenças como o câncer. Para melhorar a deglutição, a mudança nos hábitos alimentares é essencial.

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Além dos sinais mencionados, Evaldo Macedo Filho, médico otorrinolaringologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), alerta que há sinais indiretos de que, talvez, o idoso esteja com dificuldades para deglutir. “O idoso passa a recusar os alimentos, ou o tempo das refeições fica mais demorado. Ao invés de comer um prato em cinco, 10 minutos, o idoso leva 20, 30 minutos. Se houver alteração na voz, pode existir um comprometimento da laringe“, explica.

Essa demora para comer, associada a falta de paciência dos familiares, pode comprometer o peso e o aporte nutricional do idoso. Há, porém, outra consequência que é ainda mais grave. Se o paciente tem dificuldades para deglutir, o risco de ele aspirar os alimentos aumenta. O alimento que deveria descer pelo  o que gera complicações respiratórias, como as pneumonias aspirativas. “Elas são extremamente graves, causas de óbitos em pacientes não orientados”, afirma Macedo Filho.

Fumantes e pessoas que consomem bebida alcoólica com frequência têm mais risco de desenvolver a disfagia. 

Diagnóstico certo

Não é qualquer tosse que indica uma disfagia. Para o diagnóstico preciso da condição, é preciso fazer um estudo de deglutição, que passa por exames como a laringoscopia e a endoscopia digestiva, além de um exame clínico.

O tratamento depende do diagnóstico, mas vai desde orientações alimentares, principalmente em relação ao volume e às consistências alimentares, a exercícios com fonoaudiólogos, dilatações do esôfago, necessidade temporária de colocação de sondas, entre outras medidas.

Comida pastosa e a qualidade de vida

Aos pacientes com disfagia, uma das principais soluções é a troca da consistência dos alimentos. Líquidos e sólidos podem ser aspirados com mais facilidade, sendo a opção pastosa a mais indicada em muitos casos. A substituição, porém, afeta diretamente a qualidade de vida desses idosos, que todas as refeições precisam vir na versão pastosa.

“Até mesmo a água precisa ser tomada com um espessante, produto específico que deixa os alimentos nessa consistência”, ressalta Andressa Roehrig Volpe, nutricionista clínica. “O paciente que tem disfagia é muito comum que sofra com desidratação, porque ele tem que ‘comer’ a água, que não tem gosto de nada, e são litros disso”, completa.

A sugestão aos familiares é tentar mudar a apresentação e o tempero dos alimentos, para torná-los mais atraentes. “No hospital trabalhamos com temperos diferentes, e a própria forma como apresentamos o alimento ajuda. Colocar em um prato diferente, com andares de comida, tudo bem colorido, para despertar no paciente esse olhar diferente”, explica Andressa.

O que é pastoso? A pastosidade dos alimentos depende do grau de disfagia do idoso, mas um arroz papa é considerado pastoso, assim como a carne desfiada e a carne moída. No café da manhã, pão molhado no leite ou café e mingau de aveia são misturas sugeridas. A consistência depende do grau de disfagia, o que torna a ida ao médico fundamental.

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