Saúde e Bem-Estar

da Redação com Estadão Conteúdo

Ivete Sangalo quer mais um filho, mas adia a gestação por medo do zika vírus

da Redação com Estadão Conteúdo
11/01/2017 14:00
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Cantora Ivete Sangalo disse ter adiado a vinda do segundo filho por medo do zika vírus (Foto: reprodução do Instagram da cantora)

Ivete Sangalo confidenciou que pretende ter um segundo filho no programa “Encontro”, da TV Globo, desta segunda-feira, 9. Segundo a cantora, os planos de engravidar foram temporariamente adiados por causa do aumento de casos de zika vírus no Brasil nos últimos anos, mas eles devem ser retomados em breve, pois Marcelo, de 6 anos, quer muito ter um irmão ou irmãzinha.
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Nasci para ser mãe. Descobri isso. Mas mosquitinho não quer saber de autógrafo não, quer descer o sarrafo em todo mundo. Então eu fiquei um pouco temerosa com isso, mas é um desejo muito grande”, confidenciou.
A cantora também afirmou que é muito preocupada com o bem-estar do filho e dos sobrinhos, que considera como se fossem filhos. “Eu acho engraçado: eu não saio de casa sem a sacola do ‘e se’: ‘e se chover’, ‘e se sentir fome’, ‘e se sentir sede’, ‘e se quiser tirar o chinelo’. Eu levo tudo na mochila”, comentou.
“Quando a gente tem um filho, a gente assina um contrato. Lê a primeira cláusula: ‘vai ser o maior amor da sua vida’. E você, cego, assina, e não lê o resto: ‘você perderá a sua paz para sempre”, brincou Ivete.
Adiar ou não?
A cantora Ivete Sangalo não foi a única mulher brasileira a reconsiderar uma gravidez em decorrência do zika vírus. Em uma pesquisa divulgada no fim do ano passado pelo Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, 56% das mulheres brasileiras entrevistadas (de um total de 2 mil) disseram ter evitado ou se esforçado para evitar uma gravidez em razão da epidemia de zika.
O aumento nos casos de microcefalia em bebês e sua relação com o zika vírus é o principal motivo pelo adiamento. Até 2016, o Brasil contabilizou cerca de 2 mil casos de microcefalia, uma grave anomalia cerebral, em recém-nascidos, potencialmente ligados ao vírus. O país é o mais afetado das Américas.
O receio e as tentativas de evitar uma gestação das mulheres que vivem no Norte do país (66%) são ainda maiores que as que vivem no Sul (46%), visto que a epidemia foi mais grave nesses estados. A pesquisa também mostrou que as negras (64%) e as pardas (56%) também são mais numerosas que as brancas (51%) ao adiar a gestação. Isso se dá, provavelmente, em razão do impacto mais significativo da epidemia “nos grupos raciais mais vulneráveis”, de acordo com os pesquisadores.
Nenhuma diferença foi observada, porém, em relação à religião. Para os autores do estudo, os resultados do estudo deveriam estimular o Brasil a “reavaliar sua política da Saúde em matéria de reprodução, com o objetivo de garantir um melhor acesso às informações e aos métodos contraceptivos”.