Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Jovem morre em Curitiba por complicações da sinusite; veja quando a doença é fatal

Amanda Milléo
19/06/2018 12:01
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Baixa imunidade, doenças concomitantes e problemas no tratamento podem favorecer a evolução da doença, especialmente no caso bacteriano. Foto: Bigstock

Um jovem de 17 anos morreu em Curitiba depois de complicações da sinusite, conforme informou a família ao Viver Bem.  Ermes Alves de Paula Junior começou a ter sinais da doença na quarta-feira (30) e morreu no último dia 4 de junho.
Segundo a mãe, Sônia Moura de Paula, o jovem nunca tinha tido qualquer tipo de infecção anteriormente. “Ele nunca teve nada, nem uma gripe, contou. Na quarta-feira (feriado de Corpus Christi) ele reclamou de dor de cabeça e foi tudo muito rápido”, conta a mãe.
Das primeiras consultas com médicos na quarta à noite até à morte na segunda-feira em Curitiba, o menino sofreu com o escalonamento dos sintomas – e esse seria um sinal de alerta, conforme explica Paulo Mendes Junior, médico otorrinolaringologista do hospital IPO.
Sinusites que levam à morte não são situações comuns, mas podem ocorrer no caso de infecções por bactérias que não recebem o tratamento adequado ou quando há outras doenças ao mesmo tempo.
As sinusites podem ser do tipo viral, que é a mais comum (80% dos casos), ou bacteriana (20%). Apenas a sinusite bacteriana poderia levar a complicações mais importantes e, desses, pouquíssimos casos levariam a um abscesso, principal causa de morte devido a uma sinusite.
“Existem barreiras de ossos bem finos que separam a parte nasal dos seios paranasais e os olhos, e dos olhos para o cérebro. As secreções poderiam seguir por esse caminho e formar um abscesso”, explica o especialista.
A família não soube confirmar se o que houve com Junior foi um abscesso, embora tenham sido informados que o jovem apresentou uma infecção no cérebro.
Baixa imunidade, doenças concomitantes e problemas no tratamento podem favorecer a evolução da doença, especialmente no caso bacteriano. “O mais comum da sinusite não é dar um abscesso e a pessoa falecer. Uma baixa na imunidade pode colaborar na proliferação mais rápido da sinusite”, reforça o otorrinolaringologista.

Sinusite viral x bacteriana

No caso da sinusite viral, o especialista explica que os sintomas tendem a desaparecer sozinhos, embora a pessoa possa fazer uso de medicações que aliviem os sintomas, como dores de cabeça e a secreção. Na sinusite bacteriana, os sintomas se intensificam entre o terceiro e quinto dia, ou os sintomas se mantêm durante 10 dias.

“Mas não é comum, nem normal de acontecer isso. Na maioria das vezes, as queixas de sinusites são virais, e não precisam de antibiótico. Apenas 20% dos casos são de causa bacteriana, que poderia levar a complicações mais importantes, mas poucos casos evoluem para um abcesso. É muito raro”, diz o especialista.

Sinais de alerta

Quando há uma evolução mais grave da doença, outros sinais indicam o problema:
  • No caso do abscesso orbital, a pessoa pode sentir pressão em volta dos olhos, gerando alteração da visão;
  • A conjuntiva dos olhos, ou a parte branca do olho, pode mudar de cor, ficando mais avermelhada;
  • Pode haver inchaço das pálpebras e dificuldade para movimentar os olhos.

O que fazer no caso de uma sinusite?

Seja viral ou bacteriana, a sinusite pode ser tratada com métodos além dos medicamentos prescritos por um médico. Um cuidado especial é com relação à lavagem nasal, que favorece a retirada das secreções.
“Pode ser feita com soro fisiológico ou o mesmo caseiro. Usa uma seringa, ou dispositivos próprios e a água morna. Passa a água de uma narina a outra para a lavagem. O ideal é que, seja em criança ou em um adulto, optar por fazer a lavagem logo quando acordar, pela manhã, e a noite, antes de dormir”, explica Paulo Mendes Junior, médico otorrinolaringologista.
É indicado também cuidados gerais com a saúde como tomar bastante líquidos e manter o repouso.
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