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Serpentina em spray, usada em festas de aniversário e carnaval,
 tem componentes inflamáveis (Foto: reprodução)
Serpentina em spray, usada em festas de aniversário e carnaval, tem componentes inflamáveis (Foto: reprodução) | Foto:

A última novidade nas festas infantis é surpreender o aniversariante, no momento do “parabéns”, com uma chuva de espuma ou serpentina em spray —  itens também muito usados no Carnaval.

O que nem todo mundo sabe, porém, é que o mecanismo de spray das latas pode desencadear um incêndio. Isso porque o produto tem gases derivados do petróleo, que são altamente inflamáveis. Quando sobrevoam as chamas das velas de aniversário, atingem a pessoa e geram queimaduras de até 3º grau, dependendo do tempo de contato entre a pele e o fogo.

Como alerta, diversos vídeos têm circulado nas redes sociais com aniversariantes em chamas (veja abaixo), o que tem preocupado os especialistas. “Vemos acontecer bastante esses casos, mas geralmente por mau uso do produto, com exposição à chama da vela. Muitas vezes é a falta de cuidado da população, que nem sempre vê o rótulo, onde está destacado o alerta”, explica Larissa Dalla Costa Kusano, médica residente de Cirurgia Plástica do hospital Evangélico de Curitiba.

Mesmo os produtos nacionais, obedecendo às orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não são isentos de risco, conforme alerta Pablo Fagundes Pase, cirurgião plástico do hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e presidente da Regional Sul da Sociedade Brasileira de Queimaduras. “Além dos spray de espuma ou serpentina, há ainda produtos mais perigosos, como aquelas neves artificiais ou que imitam as teias de aranha, que são embalados em gases inflamáveis.”

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Alerta

A orientação, portanto, é para evitar o uso desse tipo de produto próximo a fontes de calor ou chamas, como fogueiras, velas, narguilés e isqueiros, entre outros. Ou, pelo menos, usá-los com responsabilidade. “Um adulto que ative o produto contra a camiseta de outra pessoa é uma coisa, mas e se for uma criança jogando o produto sem qualquer cuidado na direção de outra?”, questiona Pase.

O alerta cabe, principalmente, com a chegada das festas de Carnaval, onde esse tipo de produto é amplamente usado em matinês, ao lado de serpentinas e confetes – que em contato com fonte de ignição, pode gerar problemas graves.

Risco está no rótulo

Embora tanto a lata de espuma quanto a de serpentina tenham o risco inflamável, a segunda pode ser ainda pior, visto que o próprio produto, ou a serpentina, é feita de um material inflamável. No caso da espuma, o mecanismo de spray contém gases que geram o risco, além de ser um produto que pode trazer alergias e irritabilidade quando em contato com a pele.

“Se estiver perto de uma chama, por ser um produto inflamável a serpentina pode grudar na pessoa, no cabelo, na decoração e, dependendo do tipo de tecido da roupa, pode pegar fogo em tudo. Já a espuma de Carnaval tem uma consistência diferente, é como uma espuma mesmo, que não é inflamável. O problema dela é a irritação na pele, que pode gerar alergia. Tem que tomar cuidado para não jogar no rosto de outra pessoa”, alerta Marilson Hideki Sato, membro aspirante pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, especialista em cirurgia plástica pelo hospital Universitário Evangélico de Curitiba.

Atenção às queimaduras

O que fazer?

Caso um acidente do tipo aconteça, a primeira medida que deve ser feita é extinguir o fogo. Segundo Pablo Fagundes Pase, cirurgião plástico, deitar a pessoa no chão e fazê-la rolar é uma maneira mais eficaz do que tentar apagar o fogo batendo contra a pessoa. Em seguida, é essencial colocar a pele queimada sob água corrente em temperatura ambiente (de 15ºC a 25ºC), como embaixo da torneira ou no chuveiro. Não é indicada a água quente ou morna porque aumentaria a sensação de calor da vítima.

“Se a roupa da pessoa ou a serpentina estiver fácil de tirar, remove. Do contrário, não é indicado forçar uma remoção, porque pode piorar a queimadura e arrancar parte da pele. Como uma depilação. É melhor buscar um serviço de saúde”, explica Pase.

Pomadas, pó de café, plantas, folhas – nada disso deve ser posto sob a ferida ou queimadura. “Também não se deve ingerir bebida alcoólica e mexer com esses produtos em lata e com fontes de chama, porque a pessoa não está 100% alerta e pode aumentar o risco de algum acidente”, explica Larissa Dalla Costa Kusano, médica do hospital Evangélico de Curitiba.

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