Saúde e Bem-Estar

Da redação

Mais da metade da população de Curitiba está com excesso de peso

Da redação
21/04/2017 09:00
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(Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo) | Gazeta do Povo

Brasileiros estão mais obesos e os curitibanos contribuem para aumentar essa estatística. Na média nacional, a população obesa passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016 – mesma prevalência identificada entre os moradores de Curitiba. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde e fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em todas as capitais do Brasil.
O excesso de peso, porém, é ainda mais preocupante entre os curitibanos. Os dados da pesquisa indicam que mais da metade da população da capital paranaense – cerca de 54,2% – está com excesso de peso. Essa condição predispõe à doenças ainda mais graves, como diabetes e hipertensão. Nos dados nacionais, o excesso de peso passou de 42,6% dos brasileiros em 2006 para 53,8% em 2016.
Outro dado surpreendente se refere aos jovens, considerando as pessoas entre os 25 aos 44 anos de idade. Cerca de 17% deles estariam obesos – segundo a média nacional.

Doenças crônicas à vista

O aumento na obesidade pode ter sido um dos fatores do aumento da prevalência de diabetes e hipertensão no país, segundo a própria pesquisa. O diagnóstico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016, e a hipertensão foi de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016.
Em Curitiba, 25,9% dos entrevistados disseram ter hipertensão, superando os números do país, assim como os diagnosticados com diabetes. Aqui, 9,6% têm a doença.
Por outro lado, as pessoas têm buscado mudar os hábitos de vida. Apesar do cenário ainda preocupante, o brasileiro reduziu quase pela metade o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, e passou a fazer mais atividades físicas no lazer.

Estou obeso ou com excesso de peso?

Uma das fórmulas mais comuns de classificar o indivíduo entre ‘excesso de peso’ e ‘obeso’ é através do Índice de Massa Corporal, ou IMC. O valor que faz essa distinção é resultado da equação ‘peso multiplicado pelo peso e dividido pela altura’, e os números variam de menor que 16, que indica uma magreza grave, a acima de 40, que indica obesidade grau III, considerada mórbida.
Essa fórmula, porém, tem sido questionada pelos pesquisadores, que não a consideram suficientemente precisa porque não mede o teor de gordura do corpo. Ela também não levaria em consideração fatores críticos que contribuem para a saúde, como onde essa gordura estaria localizada no corpo, a proporção de músculo, diferenças entre homens e mulheres, entre outros.
Uma sugestão seria adicionar ao IMC o cálculo que relaciona o tamanho da cintura com a altura da pessoa. Essa fórmula poderia prever com mais precisão doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e até problemas respiratórios.
A obesidade também é considerada uma doença crônica e envolveria fatores sociais, comportamentais, ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos, conforme alerta um documento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). “Os fatores genéticos desempenham papel importante na determinação da suscetibilidade do indivíduo para o ganho de peso, porém são os fatores ambientais e de estilo de vida, tais como hábitos alimentares inadequados e sedentarismo, que geralmente levam a um balanço energético positivo, favorecendo o surgimento da obesidade”, completa o alerta da instituição.

Solução?

Exercícios físicos e uma dieta balanceada ajudariam a manter as doenças crônicas distantes. Quem preferir, e estiver com sobrepeso e doenças crônicas associadas ou já atingiu uma obesidade mórbida, pode conversar com o médico sobre a possibilidade da cirurgia bariátrica.
Em 2016, mais de 100 mil cirurgias foram realizadas no Brasil e, recentemente, o Sistema Único de Saúde liberou o uso de uma técnica menos invasiva para os procedimentos.
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