Saúde e Bem-Estar

Entenda a diferença entre climatério e menopausa

Marina Mori
27/11/2015 22:00
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Dos 40 aos 55 anos, toda mulher passa por uma fase de mudanças. A transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva pode vir acompanhada de alguns sintomas desagradáveis que afetam o corpo e o sistema emocional. É o climatério, seguido da menopausa. Embora se relacionem, os termos têm significados distintos e são diagnosticados através de dosagens hormonais.
O climatério pode durar de um a quatro anos e corresponde ao período em que a mulher sente na pele os efeitos da diminuição dos hormônios estrogênio e progesterona. Aos 40 anos de idade, os ciclos menstruais ficam desregulados e é comum ter hemorragias. Ao longo desse tempo, eles se tornam mais espaçados. Somente quando se passa um ano sem nenhuma menstruação é possível afirmar que a menopausa se instalou. Se isso acontecer antes dos 40 anos, ela é considerada precoce.
Pelo menos três em cada quatro mulheres sofrem os sintomas do climatério. As alterações de humor ficam mais frequentes, o ponteiro da balança sobe (a massa óssea dá lugar à gordura), a pele e o cabelo perdem o viço, a libido diminui. Junto com tudo isso, vêm os calorões. Os famosos fogachos causam crises insuportáveis de calor no tórax, pescoço e rubor no rosto. Aumentam a temperatura corporal em até 5°C e podem durar de um a cinco minutos, tempo suficiente para transpirar como se tivesse corrido uma maratona.
Tratamento
Mesmo após a menopausa, 40% a 60% das mulheres podem continuar com os sintomas do climatério. Por outro lado, há várias alternativas de tratamento para melhorar a qualidade de vida durante esse período.
Fortalecer o corpo com atividade física é um ótimo começo. Além de liberar serotonina e endorfina, hormônios que dão sensação de prazer e bem-estar, a prática regular de exercícios previne a osteoporose.
A terapia mais comum é a de reposição hormonal, conhecida como TRH. Segundo Francisco Furtado Filho, ginecologista do Hospital Vita, a melhora pode ser total em alguns casos, mas há exceções. Mulheres que apresentam problemas vasculares, antecedentes de trombose ou câncer de mama e útero na família não devem fazer a TRH. Além disso, ser fumante também contribui para uma resposta negativa ao tratamento.
Alguns fitoterápicos são usados como alternativa ao uso da pílula. É o caso do óleo de prímula, da cimicifuga e das isoflavonas (compostos ricos em fitoestrogênio presentes na soja). Para a farmacêutica Isaura Carolina Vieira, quem consome a isoflavona de 5 a 10 anos antes do climatério tem menos chances de vivenciar os sintomas. De qualquer forma, é importante receber acompanhamento médico em todos os tratamentos.
Mais folhas verdes
Não economize na ingestão de folhas verdes, peixes, frutas cítricas e oleaginosas. Esqueça os doces e refrigerantes. Uma alimentação saudável ajuda a repor nutrientes que podem amenizar os sintomas do climatério.
Fontes: Francisco Furtado Filho, ginecologista do Hospital Vita/Marcia Regina Zanello Pundek, ginecologista e professora da Universidade Positivo/ Isaura Carolina Carvalho Vieira, farmacêutica.