Saúde e Bem-Estar

Porque consultar o geriatra antes dos 50

Amanda Milléo
30/07/2015 00:01
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(Foto: Bigstock)

A idade mínima para visitar o geriatra não termina com “enta”. Para os homens, o aniversário de 30 anos representa o início do declínio hormonal, e essa regra vale para as mulheres. A chegada da menopausa, aos 40 ou 50 anos, é o alerta para buscar o especialista em envelhecimento. Abandonar preconceitos e abraçar a ideia de que a velhice virá, saudável ou não, é o que prega o professor da disciplina de Geriatria, do programa de pós-graduação em Saúde Pública, da Universidade Estadual de Londrina, Marcos Cabrera.
Há benefícios em se consultar antes dos 60 anos?
Os maiores sofrimentos dos idosos se relacionam às doenças crônicas, como o esquecimento, depressão, Parkinson, doenças osteomusculares ou problemas no coração. Embora o idoso sofra mais, essas doenças começam antes. Buscar o geriatra aos 30, 40 anos é aumentar a chance de controlá-las. O geriatra orienta e rastreia comportamentos de risco, visto que as crônicas dependem de como se dorme, se exercita, se alimenta e se relaciona.
Além do controle das doenças crônicas, o que o adulto pode aprender com a ida ao geriatra?
Ele pode antever o envelhecimento e assumir um estilo de vida saudável. O médico pode também orientar outras áreas, como o enfrentamento de conflitos relacionados ao trabalho, a transição para a aposentadoria, que é um momento importante na vida.
As pessoas ainda têm receio em visitar o geriatra antes de envelhecerem?
É preconceituoso achar que não se está na idade de ir ao geriatra, não assumir que ele fará diferença na vida dali para frente. O geriatra conduz o envelhecimento pelo ritmo que deveria ser conduzido e não como muitas vezes acabamos fazendo por conta dos nossos hábitos errados. As pessoas precisam parar de se iludir. Não existe solução mágica. Elas não vão fugir do envelhecimento ou ter uma velhice adequada sem esforço e sem empenho. Trata-se de um processo de autogestão.
Quais são as dúvidas mais comuns dos pacientes mais jovens?
Eles querem saber se existe algum remédio que não estão tomando e que deveriam tomar. Querem uma vitamina, uma solução simples. Os pacientes não gostam de escutar que eles devem parar de comer muito sal ou açúcar, e nem que precisam fazer exercícios. Outra dúvida muito comum é saber quais as chances de desenvolver uma doença igual ao pai ou à mãe.