Inspire-se em Costanza Pascolato e Iris Apfel e permita-se ousar para chegar bem à terceira idade

Houve um tempo em que a sociedade pressionava (veladamente!) as mulheres a cortarem os cabelos e a mudarem a postura quando chegassem aos 30 anos. Hoje, as escolhas só dependem da própria mulher, seja aos 30, aos 40, aos 50 e por aí vai. Camila Fremder, publicitária e autora do best-seller Enfim, 30 explica que a mudança do comportamento das balzaquianas interfere diretamente na forma com que as mulheres que passaram dos 60 devem se posicionar. “Vou ser feliz, me amar e me livrar de todas as regras e julgamentos que enfiaram na minha cabeça”. Este deve ser o mantra de todas as mulheres, inclusive as mais velhas, segundo Camila.

Conhecida como uma das pessoas mais elegantes do país, a consultora de moda Costanza Pascolato, 76 anos, diz que na Itália, país em que nasceu, a cultura sempre incentivou os cuidados com o corpo, o espírito e a mente. “Envelhecer é um processo natural e tem que ser encarado assim. O grande lance é cuidar muito bem de si próprio porque isto sim ajuda a manter o equilíbrio”, explica a diva, que inclusive foi entrevistada por Camila para seu livro. Descobrir a melhor alimentação, os exercícios e a maneira de se “respeitar” são os segredos para chegar bem aos quase 80 anos. “Exercitar a cabeça (inclusive tentando “esvaziá-la” eventualmente) e me ocupar com coisas que vão ampliar conhecimentos também sempre foram ações fundamentais para mim. Quando você se sente confortável com você mesma, o equilíbrio aparece e a autoestima cresce”, diz.

Aos 94 anos, a decoradora nova-iorquina Iris Apfel não foi e nem é estilista, modelo ou editora de moda, mas isso não impediu que ela se tornasse um ícone de estilo, daqueles que carregam informação fashion em cada look que vestem e têm bons “insights” sobre a indústria. Todo mundo quer saber a visão que há por trás dos seus gigantescos óculos redondos. O documentário Iris, que fala sobre sua vida está disponível no Netflix. No longa, ela declara: “envelhecer não é para maricas, vou te contar. É muito engraçado”.

Nas cenas, é possível perceber que, mesmo com dificuldade para andar e muitas vezes em cadeiras de rodas, Iris faz questão de fazer compras em lojas de rua e manter seu dia com a agenda lotada. Para ela, se a pessoa deixa de fazer aquilo que está acostumada por causa da idade, simplesmente vai ficar esperando morrer, sem poder se divertir.

A americana não se acha bonita, mas é feliz por ter se tornado uma pessoa que ela mesma considera interessante. “Quando não se é bonito você é instigado a fazer algo diferente para se destacar”, diz. Se ela não pensou em fazer alguma cirurgia plástica? “Eu sou contra. A menos que Deus tenha te dado um nariz de Pinóquio ou você tenha sido queimada. Você não sabe qual vai ser o resultado, pode ser pior”.