Saúde e Bem-Estar
Todos contra o AVC
Reabilitação precoce pode ajudar a reduzir as sequelas da doença (Foto: Bigstock)
A cada seis pessoas, uma está sujeita a sofrer um Acidente Vascular Cerebral, AVC ou derrame. De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, a cada ano são 285 mil casos de AVC, e a doença é a primeira causa de incapacidade do país, deixando sequelas em 50% dos sobreviventes. Nesta quinta-feira (29) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao AVC.
As limitações das funcionalidades e paralisia de alguns pontos do corpo são comuns entre esses pacientes. Das sequelas motoras, a mais frequente é a espasticidade. A rigidez constante de um músculo impossibilita pequenas tarefas do dia a dia, como escrever, escovar os dentes e manusear talheres. A afecção acomete até 40% das pessoas que sofreram um AVC, segundo a Associação Brasil AVC.
O tratamento para a sequela pode ser feito com toxina botulínica, segundo o neurologista Henrique Ballalai Ferraz, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e há estudos que indicam a melhora significativa dos movimentos dos membros superiores. “A espasticidade limita qualquer tipo de movimento, como o autocuidado e mesmo para se mobilizar de uma cadeira para cama. A toxina relaxa o músculo e facilita a fisioterapia e a melhora desses movimentos”, diz.
Essa melhora representa ainda o início da reinserção do paciente no convívio com outras pessoas. Ao ser acometido por um AVC, muitas pessoas se isolam e não procuram o tratamento adequado. A possibilidade de reestabelecer a esse paciente os movimentos de seus membros superiores é uma forma de inseri-lo novamente no convívio social, e fazer com que ele se sinta mais ativo dentro da comunidade em que está inserido.
Reabilitação precoce
Quanto antes a reabilitação começar, seja no atendimento médico de urgência na fase aguda ou quando os primeiros sintomas aparecerem, melhores serão os resultados. Segundo Luz Adriana Paez Perez, chefe do serviço de Neurofisiologia Clínica e do laboratório de toxina botulínica da ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), a reabilitação precoce visa aproveitar a neuroplasticidade do cérebro, que quando estimulado imediatamente após o AVC, tem uma maior e melhor resposta à reabilitação.
