Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Por que crianças com menos de um ano não podem consumir mel?

Amanda Milléo
20/06/2018 07:00
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(Foto: Bigstock)

Para crianças antes do primeiro ano de vida, o mel não é um alimento indicado. É, inclusive, proibido pelas entidades médicas. Isso porque o mel aumenta o risco de transmissão do botulismo e, como o sistema imunológico da criança dessa idade não está completamente formado, o fator de proteção é reduzido.
O botulismo é uma doença causada a partir da toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Ela causa sintomas neurológicos e gastrointestinais graves, embora não seja contagiosa, segundo o Ministério da Saúde.
São três as formas de botulismo, como a alimentar, através de ferimentos e a intestinal. O botulismo transmitido pelo mel é do tipo alimentar, que surge pela ingestão de alimentos contaminados, produzidos ou conservados de forma inadequada.
Além do mel, é importante ficar de olho em conservas vegetais, especialmente as artesanais, como palmito; salsichas, presuntos, carne frita e conservada em gordura, além de pescados defumados, queijos e pasta de queijos e alimentos enlatados industrializados.

Alimentos que devem ser evitados até a criança completar 2 anos

O risco maior de transmissão do botulismo diminui a partir do primeiro ano da criança, visto que ela passou pela introdução alimentar aos seis meses e teve o sistema imunológico reforçado. Ainda assim, o mel pode ser evitado pelos pais até o segundo ano de vida da criança – devido à presença do açúcar.
“O mel é um alimento doce e, antes dos dois anos, o mel não é indicado para as crianças não confundirem o paladar. Então, a recomendação é não dar mel antes dessa idade, nem na chupeta”, explica Maria Emília Albuquerque, nutricionista do hospital Pequeno Príncipe.

Leite, castanhas e ovo: novas orientações

O ovo, tema de polêmicas nas dietas dos adultos, também causa discussão na alimentação infantil. De acordo com a nutricionista Maria Emília Albuquerque, novos estudos indicam que o ovo pode ser dado à criança logo na introdução alimentar, aos seis meses de idade.
“Antes, a orientação era que a gema poderia ser dada a partir dos seis meses, mas a clara tinha que esperar um ano. Agora, novos estudos mostram que se você der o ovo antes, não minimiza e nem maximiza a alergia das crianças. Se ela comer antes ou depois, e tiver alergia, ela vai se manifestar seja qual for a idade”, explica a nutricionista.
As castanhas, no entanto, continuam restritas a idades mais avançadas – de preferência a partir dos dois anos – pelo risco de engasgo. “Pelo lado da alergia, não tem problema oferecer as oleaginosas antes, mas desde que moídas junto na sopa. Não inteira, porque são geralmente arredondadas, fácil de a criança engasgar”, reforça Albuquerque.
O leite de vaca, porém, é proibido antes do primeiro ano. “O leite de vaca tem excesso de proteínas e sais, que podem sobrecarregar o rim da criança. Às vezes a criança desidrata devido a esses excessos, que pode levar também a obesidade infantil, conforme alguns estudos. O leite de vaca é muito proteico, que para menores de um ano não é adequado”, explica.
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