Tyler Semple, de cinco anos, recebeu um prêmio da National Autistic Society (Sociedade Nacional Britânica de Autismo) pela bravura em ter ajudado a salvar a própria mãe, no fim de setembro. Charley-Anne, de 27 anos, estava em casa, na cidade de Essex, na Inglaterra, quando desmaiou, depois de um dia agitado com as crianças.

O filho, diagnosticado com o espectro de autismo, superou as dificuldades de socialização da condição e discou pelo serviço de emergência da cidade. A mãe relatou todo o processo em uma postagem no perfil pessoal do Facebook e conta que Tyler disse aos atendentes que “eles precisavam ajudar a mamãe e deu o nosso endereço completo”.

“Ele disse ainda ‘ela pode estar morta por causa da maçã envenenada dada pela bruxa velha e feia’, mas permaneceu calmo”, conta Charley-Anne, que aponta que a referência veio do desenho da Branca de Neve e os sete anões. A mãe achou que os atendentes poderiam acreditar se tratar de um trote, mas como o menino continuou repetindo o endereço completo e disse que tinha autismo, os atendentes conseguiram orientá-lo.

Ao lado dele, a irmã, Annabella, de três anos, que também foi diagnosticada com autismo, ajudava a acalmar a mãe com beijos e carinhos na mão — o que também garantiu um prêmio por ajudar e por permanecer calma. Quando os atendentes falaram para que as crianças buscassem ajuda com um vizinho, ambos foram juntos.

Para a mãe, esse foi um feito incrível para as crianças, que tem dificuldades em se comunicar com outras pessoas, não ficam muito tempo ao telefone e não conseguem receber instruções.

Para identificar os transtornos do espectro autista nas crianças, médicos pediatras, entre outros especialistas, buscam por alguns sinais que podem ser verificados mesmo na primeira infância.

Confira algumas diferenças de acordo com a idade, segundo orientações da Academia norte-americana de Pediatria:

Uma criança com um desenvolvimento típico vira a cabeça em direção à pessoa que está lhe chamando quando escuta seu nome. Uma criança autista pode não virar a cabeça para olhar, mesmo quando seu nome for repetido diversas vezes, mas vai responder a outros sons.

Uma criança com atraso nas habilidades da fala vão apontar, fazer gestos, usar expressões faciais para compensar a falta da fala. Uma criança autista pode não tentar compensar o atraso da fala, ou pode limitar a fala apenas repetindo o que foi falado na tevê ou o que ela acabou de ouvir.

Uma criança com um desenvolvimento típico faz um desenho e o traz para mostrar aos pais, e divide sua alegria com eles. Uma criança autista pode trazer uma garrafa de bolhas de sabão para que a mãe abra, mas ela não olha para a mãe e nem divide seu prazer em brincar junto.