Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Criança de 5 anos morre engasgada com pirulito; médicos orientam sobre o caso

Amanda Milléo
03/04/2018 14:37
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Embora seja mais comuns em crianças menores, os engasgos podem surgir a qualquer idade. Foto: Bisgtock

Um menino de cinco anos morreu engasgado com um pirulito, enquanto tentava retirar o encaixe de plástico do doce. O caso ocorreu na cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife (PE). A criança chegou a ser socorrida e levada a um hospital local, mas não resistiu e faleceu na sexta-feira, dia 30.
Nas redes sociais, a tia do menino, Amanda Sampaio, relatou o ocorrido e alertou aos seguidores que não deixassem as crianças comerem o doce, pelo risco do engasgo. A postagem teve 9,5 mil compartilhamentos.
De acordo com informações da própria família, o menino tentou retirar o cabo do pirulito com a boca, quando perdeu o equilíbrio, bateu a cabeça e se engasgou.

O que fazer em caso de engasgo?

Embora seja mais comuns em crianças menores, especialmente entre o primeiro e terceiro ano de vida, quando a mastigação e deglutição ainda não são completamente dominadas pelas crianças, os engasgos podem surgir a qualquer idade.
Antes de agir, os pais devem ficar atentos a alguns sinais. Quando se trata de uma aspiração de corpo estranho (ACE) parcial, quando a criança tosse e esboça sons, o melhor a fazer é não interferir e levar a criança direto ao médico ou hospital.
Se é uma aspiração de corpo estranho total, a criança não conhece esboçar nenhum som e apresenta asfixia, falta de ar e os lábios arroxeados. Nesse caso, é indicado uma intervenção rápida.
Nas crianças maiores de um ano, os pais ou responsáveis podem fazer a conhecida manobra de Heimlich:
Abrace a criança por trás e faça compressões abaixo das costelas, com sentido para cima. Faça o movimento até que o objeto aspirado seja deslocado e expelido.
Nas crianças menores de um ano, a indicação é para fazer cinco percussões com a mão na região das costas, com a criança virada para baixo. Depois, cinco compressões na frente, até que o objeto seja expelido ou a criança reaja.

Erros mais comuns

Caso seja possível ver o objeto estranho na boca da criança, retire-o com cuidado. Caso não veja, não coloque a mão ou o dedo e tente retirar sem ver, pois pode provocar lesões na região ou mesmo empurrar o corpo estranho mais fundo – piorando a obstrução.
Esse, inclusive, é um dos erros mais comuns dos pais, segundo Eduardo Gubert, médico pediatra do hospital Pequeno Príncipe. “Essa busca de tentar abrir a boca e colocar o dedo pode empurrar ainda mais para baixo o corpo estranho, que normalmente é uma bala ou goma de mascar. Esses são os elementos que mais fazem a criança se engasgar com gravidade, quando se trata de alimento”, explica.
Outro erro é dar água para a criança, caso ela tenha se engasgado com um objeto que esteja obstruindo as vias aéreas. “Se der água nessa situação, pode até piorar o engasgo da criança. É preciso adotar medidas que façam com que o oxigênio entre no organismo”, reforça.
Caso a criança tenha se engasgado com um alimento ou líquido, mas esteja tossindo normalmente e esteja apenas vermelha, não arroxeada, a água pode ajudar na eliminação do corpo estranho.
Previna o engasgo!
Pais geralmente se preocupam mais com brinquedos pequenos e objetos miúdos, que as crianças podem broncoaspirar e se engasgar, mas nem sempre se lembram do risco de engasgo dos alimentos.
“Dar balas, goma de mascar para a criança pequena, que são os grandes campeões de engasgo, é besteira. Dar pedaço de carne ou talo de vegetal cru também. Seria preciso ter, assim como há hoje indicação etárias dos brinquedos, uma indicação por idade para os alimentos, para evitar esse tipo de acidente”, sugere Eduardo Gubert, médico pediatra.
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