Um estudo do Reino Unido feito a partir de dados de 475 mil pessoas mostrou uma ligação entre o consumo de carne vermelha e de carnes processadas, como bacon e linguiça, e a ocorrência de câncer colorretal (de intestino ou reto).
A pesquisa foi publicada nesta quarta (17) na revista International Journal of Epidemiology.
Foram avaliadas informações de pacientes entre 40 e 69 anos, ao longo de 5,7 anos, em média. Nesse período foram detectados 2.609 casos de câncer colorretal.
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A ideia dos cientistas era investigar se o consumo de alguns alimentos poderia ser associado ao surgimento da doença. Nesses casos é difícil falar em causalidade, já que as causas propriamente ditas podem ser múltiplas, inclusive genéticas, mas é possível falar em correlação estatística. A favor do estudo está o grande número de casos, que dá peso à associação.
Quanto maior o consumo de carne vermelha (bovina, ovina e suína, por exemplo) e de carnes processadas (salame, presunto, charque etc), maior a incidência de câncer colorretal.
Pelas contas dos pesquisadores, um consumo diário de carne vermelha e/ou processada de 76 gramas em comparação com um de 21 gramas está associado a um aumento de 20% na chance de desenvolver câncer colorretal.
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A recomendação atual do NHS, serviço de saúde nacional do Reino Unido, sugere um consumo de até 90 gramas de carne vermelha e/ou processada como parte de uma dieta saudável. Os cientistas acreditam, tendo em vista o potencial benefício de uma redução, que essas recomendações antigas passem por revisões.
Outros alimentos, como carne de aves, queijos, peixes e leite não apresentam qualquer indício estatístico de ligação com o câncer colorretal. Há alguns estudos que mostram um possível efeito protetor do leite, inclusive.
Curiosamente, a ingestão de frutas e vegetais, ricos em fibras e muito recomendados em diversas dietas, não parece ajudar a prevenir a doença. Já a fibra presente em cereais e no pão integral está ligada a uma menor incidência desse tipo câncer. O quinto dos pacientes que mais consomem fibras dessa fonte tem risco 14% menor de desenvolvê-lo.
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