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Mortes por aids no Paraná reduzem 20% em três anos, mas novos casos crescem no país

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30/11/2018 15:38
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Paraná tem 20% de redução nas taxas de mortalidade decorrentes por aids (Foto: Daniel Castellano / arquivo / Gazeta do Povo) | Gazeta do Povo

As mortes por aids no Brasil tiveram uma redução significativa pela primeira vez em 20 anos, segundo comemora o Ministério da Saúde, em comunicado divulgado na última terça-feira (27). De 5,7 mortes para cada 100 mil habitantes em 2014, a mortalidade foi para 4,8 óbitos, em 2017, indicando uma redução de 16%. No Paraná, os números são ainda mais expressivos, com uma redução de quase 20% (19,6%).
Os resultados estão associados a métodos mais acessíveis e rápidos de diagnóstico (disponíveis na maioria das unidades de saúde do país), que favorecem uma detecção precoce e antecipam o início do tratamento. Este, também, acessível e mais fácil de ser seguido, também é um fator que contribui para a redução nas mortes, segundo o Ministério.
Atualmente, a pessoa com o diagnóstico de infecção do vírus HIV não precisa fazer uso de um coquetel de medicamentos, como era comum no início do combate à doença. Em um único comprimido ela obtém o tratamento necessário para manter os sintomas controlados. A cura da doença, até o momento, ainda não foi encontrada.

Redução nas mortes, aumento nos casos

Embora a facilidade no tratamento e o diagnóstico precoce tenham ajudado a reduzir a mortalidade pela doença, o medo da população sobre a aids também acabou diminuído nos últimos anos, favorecendo outro dado importante.
Apontado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil apresentou um aumento de 3% no número absoluto de novos casos de aids. O número vem na contramão da tendência mundial, que registrou uma retração de 11% nos novos casos da doença.
Até 2018, porém, a tendência se reverteu. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no país: ou, 40 mil novos casos por ano.

Proteja-se

A prevenção contra aids continua sendo, principalmente, o uso dos preservativos nas relações sexuais. O que nem todo mundo se lembra é que, além de prevenir a infecção pelo HIV, a camisinha também previne as demais infecções sexualmente transmissíveis. Embora a aids continue sendo a condição mais grave, por ser incurável e estigmatizada, as demais doenças trazem sequelas perigosas.
Confira abaixo um pouco mais sobre as doenças consideradas negligenciadas pela população:
Aids
Causada pelo vírus HIV, a doença é considerada incurável e não há perspectiva do desenvolvimento de vacinas. Não apresenta sinais nas primeiras semanas, mas pode ter sintomas como febre, mal estar, dor no corpo, comuns de infecções virais. Também facilita a infecção por outras doenças, visto que afeta o sistema imunológico do paciente.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção, principalmente.
HPV
Causada pelo vírus Papilomavírus Humano, o HPV não tem cura e pode aumentar o risco do desenvolvimento de câncer do colo do útero. Manifesta a doença através de lesões de pele e verrugas genitais. Pode ser prevenida com a vacina contra o HPV, indicada antes do primeiro contato com o vírus – embora também possa ser tomada mesmo depois.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
Sífilis
Causada por uma bactéria, a doença tem cura simples e sequelas gravíssimas. Como os sintomas iniciais, de úlceras, tendem a desaparecer com o tempo, o paciente corre o risco de não tratar a doença logo de início. Isso leva ao desenvolvimento de problemas neurológicos graves. Leia mais sobre a sífilis aqui.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
Hepatite B
Causada por vírus, a doença também é curável, mas quando não tratada leva a cirrose hepática e câncer de fígado. Pode ser prevenida também através de vacina e remédios antivirais, além do uso de preservativo. A hepatite B não causa sintomas por muito tempo, mas é possível ser identificada através de dores abdominais, febre, dor nos olhos e náusea.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
Gonorreia
Causada por bactéria, a doença tem cura. Dos sintomas, secreção purulenta e ardência para urinar. Pode gerar doença inflamatória pélvica, se espalhar pelo sistema reprodutivo e, em casos mais graves, entrar na corrente sanguínea e atingir articulações, válvulas cardíacas e cérebro. Nos homens, leva a infertilidade. O tratamento feito com antibióticos.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
Clamídia
Causada por bactéria, a doença também tem cura. Leva à doença inflamatória pélvica, inflamação da próstata, infertilidade e artrite reativa. Dos sintomas, secreção clara e ardência para urinar. O tratamento é feito com antibióticos.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
Herpes genital
Causada por vírus, a herpes genital não tem cura. A doença forma lesões tipo vesículas na região genital, que são dolorosas, mas podem passar despercebidas. Leva à complicações na bexiga pelas feridas na uretra, meningite e retite, inflamação do reto.
Transmissão: via relações sexuais sem proteção.
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