Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Exame calcula a idade do corpo; e pode não ter nada a ver com o ano em que você nasceu

Amanda Milléo
26/07/2018 12:00
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(Foto: Bigstock)

A idade calculada desde quando nascemos não representa, necessariamente, a idade do nosso corpo. As nossas escolhas de vida, especialmente quando optamos por uma alimentação não tão saudável e excluímos o hábito de fazer exercícios físicos, envelhecem as células em uma velocidade bem maior que os aniversários. Recém-chegado ao Brasil, o exame da telomerase consegue identificar qual é a “idade” celular e alertar quem precisa mudar de hábitos urgentemente.
O exame, realizado apenas em dois laboratórios no Brasil por enquanto e que custa R$ 2 mil, exige a coleta de sangue do paciente que, depois, é enviado a um laboratório de diagnósticos na Espanha – país referência nos exames de telomerase. Do sangue, o especialista verifica a qualidade e o tamanho das capas que encobrem os cromossomos, ou os telômeros – sequências repetidas de DNA dispostnas extremidades desses cromossomos. São analisados mais de 100 mil telômetros do nosso corpo, o que permite dizer se a pessoa de 30 anos, por exemplo, tem uma idade “interna” semelhante ou não.
“Eu já tive contato, nos Estados Unidos, com um paciente de 42 anos de idade cujo exame indicava uma idade de 65 anos. É uma diferença bem significativa, e o histórico dele não era saudável. Ele dormia mal, estava acima do peso, não fazia nenhuma atividade física e nem se alimentava bem”, explica Julia Gouveia, médica do esporte e da medicina preventiva, especialista em envelhecimento saudável.
Como os telômeros vão encurtando conforme o passar do tempo, isso torna possível mensurar o envelhecimento. Ao contrário do que o senso comum possa achar, uma vez descoberta a idade do corpo, se for muito discrepante da idade de nascimento da pessoa, há medidas que podem ser tomadas de forma a “rejuvenescer” por dentro.
“O termo ‘rejuvenescer’ dá a entender que a pessoa vai parecer mais jovem, o que não é o caso. Mas, se mudar os hábitos de vida, especialmente incluindo a atividade física e mudando a alimentação, você consegue ficar mais jovem, com relação a vitalidade, vigor e performance”, explica a médica.

Fique mais jovem por dentro também

A partir dos 35 anos, a pessoa passa por um período de queda da taxa metabólica – quando o organismo não responde da mesma forma que anos antes – e essa é uma idade que recebe a indicação para o exame. Isso porque a telomerase também colabora no diagnóstico precoce de diversas doenças relacionadas ao envelhecimento. Se houver casos na família de doenças cardiovasculares, Alzheimer, Parkinson, osteoporose e doenças inflamatórias, como artrite e artrose, o exame pode ajudar.
Estresse associado aos hábitos não saudáveis favorecem ao envelhecimento interno precoce. Quem estiver pensando em mudar de hábitos: o exame consegue mensurar um antes e um depois da vida ativa, o que colabora no estímulo.
“O ambiente influencia, os hábitos influenciam, por exemplo se a pessoa bebe, come mal, fuma. Mas o que piora mais o envelhecimento precoce é a alimentação ruim associada ao sedentarismo”, reforça Julia Gouveia, médica especialista em medicina preventiva.
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