• Carregando...
As regras foram baseadas no Livro de Daniel, do Antigo Testamento. Nele são relatadas duas passagens em que o profeta abre mão do prazer promovido por alimentos como carnes, pão e vinho, substituindo-os por água e legumes, para jejuar e demonstrar sua devoção a Deus. Foto: Bigstock
As regras foram baseadas no Livro de Daniel, do Antigo Testamento. Nele são relatadas duas passagens em que o profeta abre mão do prazer promovido por alimentos como carnes, pão e vinho, substituindo-os por água e legumes, para jejuar e demonstrar sua devoção a Deus. Foto: Bigstock| Foto:

Chris Pratt, protagonista de “Guardiões da Galáxia”, despertou a curiosidade de muitos dos seus 22,5 milhões de seguidores no Instagram ao revelar sua mais nova dieta. No mês passado, o ator norte-americano publicou vídeos contando que estava realizando o Jejum de Daniel. “São 21 dias de oração e jejum”, explicou nos stories da rede social. Embora a Dieta de Daniel tenha ganhado popularidade nas últimas semanas graças ao astro de Hollywood, não podemos chamá-la exatamente de nova — suas origens são tão antigas quanto a Bíblia. A dieta começou a ser difundida em 2007 pela blogueira e escritora Susan Gregory, que criou um plano de alimentação baseado nas experiências de jejum do profeta Daniel e em princípios tradicionais do jejum judaico. A alimentação proposta na dieta de curto prazo é muito similar ao vegetarianismo estrito, mas com algumas restrições extras.

Nem pão, nem vinho

Exagerar nas farinhas brancas é um erro comum de quem se torna vegetariano. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Exagerar nas farinhas brancas é um erro comum de quem se torna vegetariano. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.

Apesar da inspiração bíblica, vinho, peixe e pão — os alimentos mais populares dos textos sagrados — devem ficar de fora da dieta. Quem participa da prática de 21 dias bebe apenas água e come somente alimentos cultivados a partir de sementes, como frutas, verduras e legumes. Além disso são permitidos grãos integrais, nozes, castanhas e óleos vegetais saudáveis. Produtos industrializados, café, energéticos, carne de qualquer animal, ovos, laticínios, açúcar e outras bebidas com álcool são barradas. As regras foram baseadas no Livro de Daniel, do Antigo Testamento. Nele são relatadas duas passagens em que o profeta abre mão do prazer promovido por alimentos como carne e vinho, substituindo-os por água e legumes, para jejuar e demonstrar sua devoção a Deus. Em um dos capítulos, o profeta passa três semanas jejuando — é daí que surgiu o período de duração da dieta.

O Jejum de Daniel é saudável?

 O Jejum de Daniel foi criado com um propósito espiritual e religioso, aliando alimentação restrita e orações, e não como uma dieta de emagrecimento. Mas isso não significa que o jejum não auxilia na perda de peso e na melhoria da saúde — algumas pessoas utilizam o plano alimentar inspirado no profeta Daniel visando justamente esses objetivos. Pesquisas sobre este método de jejum realizadas pela Escola de Estudos de Saúde da Universidade de Memphis, nos Estados Unidos, demonstraram benefícios à saúde dos participantes analisados. Após apenas três semanas, a dieta ajudou a reduzir os fatores de risco para doenças metabólicas e cardiovasculares, como pressão alta e colesterol, e reduzir o estresse oxidativo. Richard Bloomer, líder dos estudos, afirmou à revista TIME que a dieta é potencialmente ainda mais saudável do que a vegana, já que elimina alimentos processados que podem conter açúcar, gordura, sal e conservantes.

Legumes, tais como repolho e cenoura, fontes de carboidrato provenientes de batata e cereias integrais são alimentos que integram a dieta nórdica. Foto: Bigstock
Legumes, tais como repolho e cenoura, fontes de carboidrato provenientes de batata e cereias integrais são alimentos que integram a dieta nórdica. Foto: Bigstock

De acordo com a nutricionista funcional Marcela Caron, especialista em alimentação natural e vegetariana, “com a retirada desses alimentos, ocorre uma desintoxicação no organismo. Frutas, vegetais e grãos integrais são ricos em fibras, auxiliando o funcionamento do intestino e prevenindo uma série de doenças crônicas”. Com a exclusão de álcool, açúcar e outros alimentos altamente calóricos, pode ocorrer a perda de peso. “Desde que  o consumo de proteínas vegetais esteja adequado, é uma alternativa para o emagrecimento”.

Como a dieta é feita por um curto período de tempo, os riscos não costumam ser severos para pessoas saudáveis, afirma Marcela. Mesmo assim deve haver cuidados prévios. “Pessoas com diabetes, idosos, gestantes e crianças devem procurar autorização do médico e nutricionista”, alerta a profissional de saúde.

Nos primeiros dias do jejum, algumas pessoas podem sentir dores de cabeça, câimbras e dores nas costas — em seu livro “O Jejum de Daniel”, Susan afirma que esses sintomas são comuns do processo de desintoxicação. A nutricionista Denise Kawski explica que nossas toxinas são armazenadas no tecido adiposo, e “quando há processo de emagrecimento ou jejum, há mobilização de gordura e essas toxinas são lançadas na corrente sanguínea, podendo ocasionar tais sintomas”. Por isso, ela recomenda beber muita água durante o período do jejum, que irá ajudar o corpo a eliminar as toxinas de maneira mais eficiente. Se os sintomas forem muito intensos ou persistirem por muito tempo, a dieta deve ser suspensa e é aconselhável consultar um médico.

Jejum de Daniel 

O que pode 

  • Água;
  • todos os tipos de frutas e vegetais frescos, congelados, secos ou enlatados;
  • todos os tipos de grãos integrais e legumes;
  • óleos vegetais saudáveis (canola, milho, uva, sementes, oliva, amendoim, cártamo, soja e girassol);
  • todos os tipos de nozes e sementes.
  • Todos os tipos de carne são vetadas do cardápio. Foto: Pixabay

 O que é vetado 

  • Todos os tipos de carnes e alimentos derivados de origem animal;
  • ovos;
  • todos os laticínios, como leite, queijo e manteiga;
  • todos os tipos de açúcares e adoçantes naturais ou artificiais, incluindo mel e melado.
  • pães ou qualquer outro alimento fermentado;
  • todos os alimentos refinados ou processados, incluindo aromatizantes artificiais, aditivos alimentares, arroz branco, farinha branca e alimentos com conservantes;
  • alimentos fritos, incluindo salgadinhos, batata-frita e chips;
  • gorduras sólidas, incluindo margarina, banha e alimentos com alto teor de gordura;
  • bebidas como café, chás, bebidas gasificadas, energético e álcool.

Fonte: Site oficial da dieta (www.daniel-fast.com)  

LEIA TAMBÉM

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]