Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

O que fazer quando você acha que está tendo um AVC

Amanda Milléo
27/11/2019 08:00
Thumbnail

Às vezes, quando acha que é um AVC, a pessoa busca o posto de saúde em primeiro lugar. Neste caso, é importante que vá direto ao hospital para que o tratamento. Foto: Bigstock.

Muito associado a uma doença de pessoas mais velhas, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) não pode mais ser classificado como uma doença de idosos ou apenas ser alertada a esse grupo da população.
Nos últimos anos, no Brasil, houve um aumento de 64% da incidência da doença entre homens e de 41% nas mulheres jovens até os 45 anos. Estima-se que essa faixa etária represente de 10% a 15% nos casos de AVC.
O alerta é feito pela médica Claudia Baeta Panfilio, neurologista e cefaliatra especialista em doenças cerebrovasculares.

“Pode não parecer muita coisa quando pensamos em 10%, mas é muita gente até os 45 anos. O AVC é a doença que mais mata e mais incapacita no Brasil, levando 100 mil pessoas à morte no país todos os anos”, reforça a médica.

O aumento nos números da doença nos últimos anos, de acordo com Claudia, se deve a diferentes fatores, dos quais são dois os principais: melhora no diagnóstico do AVC e a péssima qualidade de vida da população.
“Vivemos uma vida sedentária, com estresse, onde as pessoas têm pressão arterial elevada, são hipertensas, têm colesterol alto, estão obesas e tudo isso contribui para elevar o risco. Da mesma forma,  os péssimos hábitos: fumam, bebem demais”, alerta Panfilio.
Cada fator eleva o risco por si só, mas quando são associados pioram o cenário. “Eles não apenas somam o risco, mas multiplicam. Se a pessoa fuma, bebe, não faz exercícios, toma anticoncepcional oral, é hipertenso, tem diabete, o risco aumenta exponencialmente.”
Como sei que estou tendo um AVC?Dos sinais do AVC, não há muitas diferenças entre adultos jovens e idosos, mas variam conforme a localização da lesão no cérebro ou nos vasos.
Segundo a especialista, mesmo uma tontura, perda de memória, convulsão e a perda de visão podem indicar o surgimento de um AVC — especialmente quando surge repentinamente.
É sempre válido lembrar, porém, os sinais clássicos e mais comuns da doença:
1) Boca entortada. É possível ver uma alteração na fisionomia da face da pessoa, com a ‘queda’ da boca para um lado.
2) Fala enrolada. A pessoa não consegue falar uma frase simples, como: “o céu é azul”.
3) Braço enfraquecido. A dificuldade em levantar os braços ou caminhar é outro sinal de um possível AVC.
O que fazer quando identificar o AVC?
Ligue para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – 192 ou vá diretamente ao hospital e alerte sobre os sintomas. O atendimento e tratamento rápido são fundamentais para evitar ou reduzir as sequelas do AVC.

“Às vezes a pessoa busca o posto de saúde em primeiro lugar. Neste caso, é importante que vá direto ao hospital para que o tratamento — seja com medicamentos, cateterismo ou cirurgia — feito rapidamente”, explica a médica neurologista Claudia Panfilio.

LEIA TAMBÉM