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Obesidade aumenta 67% no Brasil, embora população coma mais frutas e hortaliças

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25/07/2019 11:46
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Aumento na obesidade é o maior dos últimos 13 anos no Brasil (Foto: Bigstock)

Brasileiros estão mais obesos e com maior excesso de peso da última década, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde. O aumento de 67,8% nos índices de obesidade é o maior dos últimos 13 anos. O número assusta principalmente porque, nos últimos três anos, país mantinha números estáveis da condição, em 18,9%. Agora, a doença alcançou 19,8% da população.
Entre o público mais atingido pela obesidade estão os adultos em duas faixas etárias: entre 25 a 34 anos (84,2% de obesos) e entre 35 e 44 anos (81,1%). Na divisão entre homens e mulheres, elas foram as maiores vítimas: 20,7% delas apresentam obesidade em comparação a 18,7% dos homens.
Obesidade, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é apontada como o acúmulo de um excesso de gordura corporal. O diagnóstico é realizado através do cálculo do Índice de Massa Corporal, ou mais conhecido como IMC. Calcula-se o IMC dividindo o valor do peso da pessoa pela altura elevada ao quadrado.

Quando o IMC indica um valor entre 18,5 e 24,9, a pessoa é considerada com um peso adequado à sua altura. Acima de 30, indica-se a obesidade. Faça o teste aqui. 

Os dados anunciados pela pasta foram identificados pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, realizada com maiores de 18 anos nas 26 capitais, mais o Distrito Federal. No total, foram entrevistadas 52.395 pessoas, entre fevereiro e dezembro de 2018, por telefone.

Excesso de peso

Quando o IMC indica valores entre 25 e 29,9, a pessoa é considerada acima do peso, ou com excesso de peso. Nos dados da pesquisa, esse público também teve um aumento significativo no país. Mais da metade dos brasileiros estão com excesso de peso (55,7%) — aumento de 30,8% quando o número é comparado aos dados do ano anterior, onde menos da metade da população recebeu esse alerta (42,6%).
Nesse ano, a prevalência foi maior na faixa etária dos 18 aos 24 anos, com 55,7%, e as mulheres, novamente, merecem maior atenção: eles tiveram um crescimento de 21,7% no excesso de peso enquanto elas tiveram um aumento de 40%.

Mais frutas na dieta?

Mas nem todos os números divulgados pelo Ministério da Saúde são ruins. Na contramão dos dados de obesidade e excesso de peso, o brasileiro está, sim, comendo mais frutas e verduras.

 A pesquisa identificou um aumento de 15,5%, entre 2008 e 2018, na quantidade de pessoas que dizem consumir regularmente frutas e hortaliças.

Entre as mulheres, o hábito é mais frequente, sendo que 27,2% delas responderam adotar as frutas e hortaliças com mais frequência do que eles, 18,4%. Ainda assim, de acordo com o Vigitel 2018, apenas um em cada quatro adultos consomem a quantidade recomendada: cinco porções diárias em cinco dias na semana.
Do consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas (como sucos de caixinha e outros industrializados), redução significativa: 53,4% dos adultos deixaram esse hábito de lado. Nesse caso, todas as faixas-etárias e gêneros demonstraram uma redução significativa. Ainda assim, vale o destaque ao público entre 55 e 64 anos, que reduziu 58.8% do hábito.

Exercícios e saúde própria

Ainda na linha saudável, houve um aumento de 25,7% entre aqueles que responderam que praticam atividades físicas no tempo livre. A pesquisa levou em consideração as práticas que envolviam, pelo menos, 150 minutos na semana e, nesse ponto, homens ganharam vantagem entre as mulheres: 45,4% deles responderam fazer alguma atividade física, enquanto que apenas 31,8% delas tiveram a mesma resposta.
O aumento nos exercícios também foi mais expressivo em uma faixa etária: 35 aos 44 anos. Já entre os inativos, que não fazem absolutamente nada, também houve uma queda de 13,8%, em relação a 2009.
Os brasileiros também estão mais conscientes, pelos dados da Vigitel 2018. Ao receber um diagnóstico de diabetes, 40% a mais de pessoas, em relação a 2006, demonstraram ter maior conhecimento sobre a própria saúde.
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