Saúde e Bem-Estar

Cecília Aimée Brandão, especial para a Gazeta do Povo

Os cinco exames desnecessários mais pedidos nas emergências médicas

Cecília Aimée Brandão, especial para a Gazeta do Povo
26/08/2018 17:00
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Os exames detectados no ranking não eram necessários naquelas situações médicas.Foto: Bigstock.

Em uma situação de emergência médica é normal recorrer ao hospital de referência mais próximo para que seja avaliado o quadro de saúde com segurança e, então, um diagnóstico sobre o que está errado. Os médicos envolvidos podem solicitar exames de sangue, urina ou de imagens para completar a avaliação clínica e auxiliar na determinação do quadro de cada paciente. Mas será que todos esses exames são de fato indispensáveis?
Uma pesquisa feita pela Universidade de Maryland e da Pennsylvania, nos Estados Unidos, publicada em maio no American Journal of Medicine, apontou que em 24 horas de internação, 87,5% dos pacientes fazem, pelo menos, um exame desnecessário.
O diretor médico do Unimed Laboratório, Mauro Scharf, comenta que os exames elencados na pesquisa são importantes e que devem ser solicitados, assim como qualquer outro, considerando uma análise clínica e a apresentação do quadro de doença por parte do paciente. “Os exames laboratoriais são fundamentais para o diagnóstico de diversas enfermidades e cabe ao médico fazer o exame clínico e a análise do paciente para que sejam solicitados conforme a real necessidade”, diz.

Ranking dos desnecessários

Após a revisão de 177 pacientes, de acordo com diretrizes da medicina baseada em evidências, os pesquisadores americanos chegaram aos cinco exames mais pedidos e que não eram de fato necessários naquelas circunstâncias:
1º) Tempo de protrombina (PT) e de tromboplastina parcial ativada (aPTT)
O primeiro é um exame que mede o tempo de coagulação do sangue, relevante em casos pré-operatórios; o segundo tem a mesma finalidade e também tem por objetivo verificar a existência de outras doenças hematológicas hereditárias (que acometem o sangue). Podem indicar e monitorar o uso de medicamentos anticoagulantes, informações essenciais para a realização de cirurgias.
2º) Testes de função hepática
Determinam o quão saudável é o fígado e podem ser capazes de determinar a existência de doenças como esteatose hepática (excesso de gordura no fígado) e também podem ser alterados em danos causados pelo uso de drogas ou álcool.
3º) Exame de urina
Avalia o funcionamento dos rins e determina eventuais infecções urinárias, tanto na bexiga quanto nos rins, com a facilidade de poder ser realizado rapidamente.
4º) Lactato no sangue
Mostra a quantidade de lactato presente no sangue, que pode indicar falta de oxigênio, e também se houve uso excessivo da musculatura (no caso a prática demasiada de exercícios). Associado a outros exames, pode sugerir a presença de sepse, choque (devido à perda de grande quantidade de sangue) e insuficiência cardíaca, entre outras condições.
5º) Troponina
É um marcador de dano ao músculo cardíaco, e seu aumento pode indicar problemas no coração.
(Fonte: Mariana Borges, Farmacêutica Clínica).
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