Saúde e Bem-Estar

Marina Mori

Bactérias vivas no rosto? Conheça os cremes probióticos que tratam a pele

Marina Mori
17/07/2017 12:00
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Foto: Bigstock

Existe uma quantidade significativa de bactérias benéficas que vivem  “invisíveis” na nossa pele, como defensoras naturais do organismo. Sabendo disso, não é nada estranho saber que às vezes é preciso buscar uma ajuda extra para manter a pele saudável. Cada vez mais em estudos – e já disponíveis no mercado –, os cremes com probióticos prometem revolucionar a dermatologia.
Essas bactérias boas reequilibram o pH da pele, restauram a umidade, têm ação anti-inflamatória e promovem a hidratação. Na pele, assim como no intestino, elas compõem o que é chamado de microbiota e, quando estão em falta ou em desequilíbrio, as chances de alguns sintomas desagradáveis surgirem é grande, desde pele ressecada à acne.
“Algumas doenças também fazem uma alteração da microbiota, como a dermatite atópica, a psoríase e a rosácea. O consumo de probióticos é conhecido há bastante tempo para a parte intestinal, mas nos últimos anos diversos estudos mostraram que o uso deles na pele tem bons resultados”, afirma Flávia Trevisan, dermatologista da Unimed.
Porém, é preciso contar com a orientação do dermatologista, pois existem probióticos com funções específicas. “É preciso lembrar também que eles não vão substituir os tratamentos antigos, mas sim agir como aliados e ajudar a evitar o desencadeamento dos sintomas. Seu uso seria válido para tentar prolongar os períodos de remissão, já que essas doenças crônicas são difíceis de tratar”, explica Tatiane Bacchi, clínica geral e dermatologista do Hospital Vita.
A bactéria Streptococcus thermophiles, por exemplo, pode ser utilizada para combater o ressecamento da pele, pois produz a ceramida, que hidrata, e a Bifidobacterium longum e o Lactobacillus paracasei têm ação anti-inflamatória e melhora o inchaço, de acordo com informações da especialista Tatiane.
Pele saudável e sem rugas
Os probióticos têm ação não só no âmbito da saúde mas também no da estética. “Como esses microrganismos estimulam a hidratação, a textura da pele fica melhor, suavizando as linhas de expressão”, diz Bacchi.
Tem bactéria aí mesmo?
O grande desafio das indústrias que produzem esse tipo de creme é manter os probióticos vivos e ativos no produto, pois são microrganismos extremamente sensíveis a determinadas condições de temperatura e exposição à luz.
“Tem que ter muito cuidado na manipulação desses produtos. Embora não seja uma tarefa simples, existem laboratórios que dominam tecnologias para manter esses organismos intactos e, felizmente, isso está chegando no Brasil”, afirma Bacchi.
Mesmo assim, é preciso ficar de olho. “Muitas marcas colocam probióticos nos rótulos, mas se for feita uma análise de cultura não tem nada ali”, alerta Trevisan.
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