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O dispositivo grosso de um metro funciona fornecendo ao seu dono um contrapeso durante movimentos mais amplos. Foto: Divulgação.
O dispositivo grosso de um metro funciona fornecendo ao seu dono um contrapeso durante movimentos mais amplos. Foto: Divulgação.| Foto:

O ano é 2030. Você chega à casa da sua mãe idosa para lhe fazer uma visita com sua criança rechonchuda.

Depois de vários minutos observando o bebê rastejar pelo tapete, sua mãe decide que não pode esperar mais – ela precisa sentir o neto em seus braços.

Quando ela se inclina para a cintura da criança, com os braços esticados, você entra em pânico, ao lembrar que ela está com dores nas costas.

Só então, quando o corpo dela parece pronto para cair, um apêndice mecânico desenrola-se debaixo do vestido e endurece-se atrás dela como uma tábua de madeira, firmando-a e evitando uma queda.

Você relaxa rapidamente, imaginando como poderia ter esquecido daquilo: sua mãe tem um rabo.


Embora o cenário descrito acima seja hipotético, não é exatamente um exagero. Pesquisadores japoneses da Universidade de Keio revelaram uma cauda robótica projetada para ser usada por idosos que lutam para manter o equilíbrio.

Pesquisadores disseram que o dispositivo grosso de um metro funciona fornecendo ao seu dono um contrapeso durante movimentos mais amplos.

Os animais também usam a cauda para sinalizar perigo (veado), mover-se na água (peixe), comunicar agressividade (castor) ou funcionar como uma arma cheia de veneno (escorpião).

“A cauda mantém o equilíbrio como um pêndulo”, diz Junichi Nabeshima, estudante de pós-graduação e pesquisador do Embodied Media Project da universidade. “Quando um humano inclina o corpo de uma maneira, a cauda se move na direção oposta”, acrescenta.

Não é de surpreender que uma cauda robótica voltada para os idosos tenha se originado no Japão. Além de adotar a robótica, a população do país está envelhecendo rapidamente, de acordo com o Los Angeles Times, que observa que cerca de 25% dos japoneses têm pelo menos 65 anos (nos EUA esse número é de 16%).

Uma população envelhecida, combinada com uma escassez de trabalhadores, levou a uma enxurrada de projetos robóticos voltados para ajudar pessoas mais velhas.

O design que imita o design biológico natural é conhecido como “biomimética”. Outros exemplos incluem uma mochila inspirada na concha de um tatu e um adesivo sintético que foi inspirado em lagartixas e é forte o suficiente para permitir que as pessoas escalem paredes de vidro.

O projeto da cauda mecânica – chamado Arque – tem cerca de um ano. Os designs iniciais imitavam as caudas dos felinos, mas provaram ser leves demais para suportar o peso do usuário.

A versão mais recente, mais robusta e inspirada por rabos de cavalo-marinho, fica perto da parte inferior das costas do usuário e ajusta segundos após o indivíduo se inclinar para frente ou se inclinar para o lado.

Quando o usuário se curva para a esquerda, a cauda se curva para a direita e, quando o usuário desloca seu peso para a esquerda, a cauda se move para a direita. Quando o usuário se inclina para a frente, a cauda se equilibra por trás.

Os pesquisadores disseram que o dispositivo precisa ter pelo menos 5% do peso corporal do usuário para ser eficaz. Usando quatro músculos artificiais e ar comprimido, a cauda é capaz de se mover em oito direções.

Embora o dispositivo experimental ainda esteja sendo aperfeiçoado, os pesquisadores disseram que não imaginam que seja limitado aos idosos.

Outras aplicações podem incluir ajudar trabalhadores de armazém a transportar objetos pesados ou adicionar um senso de realismo à realidade virtual.

“Acho que seria bom incorporar essa cauda protética mais desenvolvida na vida cotidiana, quando se busca um pouco mais de equilíbrio”, disse Nabeshima.

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