Saúde e Bem-Estar
Amanda Milléo
Pilhas são os itens mais perigosos que as crianças podem engolir
As baterias são os itens mais perigosos de serem engolidos por crianças pois podem causar danos ao organismo ao soltar elementos químicos. Foto: Bigstock.
Deixadas em cima de balcões, cadeiras ou caídas no chão, as moedas tornam-se alvo fácil do principal predador da casa: a criança pequena, especialmente as menores de cinco anos.
Os pediatras contam que em uma semana, até três crianças aparecem com o mesmo problema:
Moedas no topo
As moedas estão no topo dos itens encontrados nos estômagos dos pequenos, acompanhadas de botões, anéis, brincos, pulseiras, tampas de caneta, dentes, pilhas de controle remoto, baterias e peças de brinquedos, desde rodinhas a sapatinhos de boneca.
Pressão pelas costas
Ingerir o corpo estranho é um problema, mas inspirar pode ser ainda pior e levar à morte, como explica o gastroenterologista pediátrico Mário Vieira. A indicação aos pais, se não houver tempo para levá-lo ao médico, é posicionar-se atrás da criança, fazendo pressão no abdome para expulsá-lo.
Ouvido cheio
Se for algo colocado no ouvido, além do barulho que a criança vai ouvir não haverá grandes problemas. A maioria é facilmente retirada.
“No nariz somos surpreendidos às vezes pelo odor, especialmente quando é de material orgânico – arroz, feijão e milho. Levanta-se a narina da criança e verifica-se, às vezes dilatando e pinçando para retirar o objeto”, diz o pediatra Maurício Ribas.
Sintomas de arte
Se a mãe, pai ou qualquer responsável não viu a traquinagem, a própria criança pode dar sinais da arte que aprontou, facilitando o diagnóstico e a localização do corpo estranho. “O objeto no esôfago gera um desconforto, com dor, sensação de mal estar e salivação constante”, diz Ribas.
Recusar comida, vomitar e chorar sem motivo também podem ser sinais, enquanto episódios de sufocamento são o principal indicativo de que há um objeto nas vias respiratórias.
Sem endoscopia
Objetos não perfurantes, não tóxicos, que não estão parados no esôfago e de pequena dimensão (até 4 cm) não valem uma endoscopia, diz Vieira. Normalmente é feito um raio-X para confirmar a localização e é usada uma sonda para a retirada, quando necessária.
Levar o brinquedo ou peça similar àquela que os pais suspeitam ser o motivo do problema também ajuda médicos e especialistas a estudarem a melhor forma de extraí-la.
Atenção às baterias Mais perigoso que o tamanho, é o tipo de brinquedo ou peça engolido. “O que mais nos preocupa são as baterias que ficam paradas no esôfago, que podem causar queimaduras graves, quase como se a criança tivesse tomado soda cáustica”, afirma o gastroenterologista.
Tempo de espera
Pode ser complicado aos pais entenderem que não há muito a se fazer até que a moeda, anel ou qualquer outra peça engolida pela criança saia naturalmente, o que pode levar até 20 dias sem transtornos.
Passado esse período e nada do corpo estranho aparecer, mais uma radiografia é feita para verificar o caminho e, caso necessário, outros procedimentos são adotados. “No caso de objetos pontiagudos, pode ser solicitada uma extração cirúrgica”, ressalta Ribas.
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