Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Hospice atenderá pacientes em fase final da vida em Curitiba

Amanda Milléo
22/06/2017 12:00
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Curitiba ganha primeiro hospice da região sul do país, que inaugura em julho (Foto: Bigstock)

Pessoas diagnosticadas com uma doença degenerativa precisam de cuidados que nem um hospital e nem a própria casa conseguem atender. Os chamados ‘hospices’ respondem a essa demanda, fornecendo cuidados paliativos 24 horas por dia, para melhorar a qualidade de vida e reduzir a dor. A partir do dia 1º de julho, inaugura em Curitiba o primeiro hospice da região Sul, que atenderá, principalmente, pacientes oncológicos, mas também idosos ou pessoas com doenças em progressão.
Não se trata apenas de um hospital “humanizado” com paredes coloridas e plantas, conforme explica Clarice Nana Yamanouchi, médica cancerologista e diretora médica do Valencis Curitiba Hospice. “A casa é sempre mais acolhedora que o hospital e o hospice tem uma característica mais de domicílio do que de hospital. É um local que dê o mesmo conforto da casa, com os cuidados do hospital, mas sem aquela ‘frieza’. No hospice as pessoas podem trazer objetos pessoais, fotos, retratos, quadros e até a própria cama, se for o caso”, explica.
O hospice de Curitiba terá modalidades de hospedagem diferentes: Hospice Day, Hospice Inn e Hospice VIP (Foto: Divulgação)
O hospice de Curitiba terá modalidades de hospedagem diferentes: Hospice Day, Hospice Inn e Hospice VIP (Foto: Divulgação)
Com seis suítes para quem deseja ficar hospedado no local, ou chamado de Hospice Inn, o novo espaço conta também com a modalidade Hospice Day, em que as pessoas passam o dia e participam de atividades terapêuticas em grupo ou individuais, dependendo da funcionalidade do paciente. Dentre essas atividades, a diretora médica conta que o espaço terá uma horta e um orquidário, para que os hóspedes ajudem nos cuidados das plantas, além de meditação e reiki.
Outra modalidade do local é o Hospice VIP em que, além do paciente, será possível hospedar toda a família, inclusive o animal de estimação – mantendo ainda mais a característica de casa, mas com os cuidados de um hospital. “Quem tiver cachorro, gato, pode trazer também. Temos até um canil que foi feito pensando nisso. A ideia é essa, deixar o local acolhedor, semelhante a casa do paciente”, explica Clarice. Os quartos são equipados com banheiro privativo, armário com cofre e frigobar, televisãoc om acesso à internet e programação de TV a cabo.
O Valencis está localizado no bairro Bigorrilho, em Curitiba (Foto: Gerson Lima / Divulgação)
O Valencis está localizado no bairro Bigorrilho, em Curitiba (Foto: Gerson Lima / Divulgação)

Bem estar

Fazem parte da equipe de atendimento fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, enfermeiros e psicólogos e todos estão presentes 24 horas. “A ideia é trabalhar o bem estar da pessoa e por isso há um tratamento holístico. A equipe ajuda no controle de sintomas de dor, alívio de fadiga e promovem atividades que ajudam os pacientes nessa fase que é mais difícil”, explica a médica.
Os cuidados paliativos – que visam a redução dos sintomas negativos, como a dor – melhoram, comprovadamente, a sobrevida das pessoas com câncer e na geriatria. “O cuidado paliativo não é indicado apenas para pacientes em fase final de vida, mas para a pessoa com um potencial de uma doença letal ou com o diagnóstico de uma doença grave, com o objetivo de melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dele”, reforça a cancerologista.
No hospice, os pacientes recebem cuidados 24 horas de uma equipe de saúde (Foto: Divulgação)
No hospice, os pacientes recebem cuidados 24 horas de uma equipe de saúde (Foto: Divulgação)
Convivendo com a morte
Embora boa parte dos hóspedes de hospices estejam em um momento de terminalidade, isso não significa que o espaço seja único e exclusivo a eles – e nem tão somente para pessoas com câncer. “Pessoas em tratamento com o objetivo curativo, mas que tenham muitos sintomas também podem se beneficiar ou quem passa por um período de reabilitação”, reforça a diretora médica Clarice Yamanouchi.
A proximidade entre pessoas com momentos de vida distintos, inclusive, auxilia na própria compreensão do que é vida e o que é morte. “Conviver com pessoas nesse momento ajuda a ter uma relação melhor com a morte, eu acredito que sim. Mostra que a morte também é um processo natural, que faz parte da nossa vida, e que temos que ter um respeito por ela”, diz a médica.
Além dos quartos, o hospice tem áreas comuns a todos os hóspedes, como a sala de jantar (Foto: Divulgação)
Além dos quartos, o hospice tem áreas comuns a todos os hóspedes, como a sala de jantar (Foto: Divulgação)
Serviço:
Valencis Curitiba Hospice
A inauguração do hospice será no dia 1º de julho e a admissão de pacientes começa a partir do dia 3 de julho.
Endereço: Rua Euclides da Cunha, 841. Bigorrilho.
Contato: (41) 3079-8080
Mais informações, aqui.
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