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O suposto emagrecedor era vendido como medicamento, mesmo sem registro.  (Foto: Bigstock)
O suposto emagrecedor era vendido como medicamento, mesmo sem registro. (Foto: Bigstock) | Foto:

Dois produtos que visavam emagrecimento rápido tiveram a comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cardarine (Endurobol, GW 501516) e Disrupt (supostamente composto por castanha da Índia, Rutina e Ginkgo Biloba) prometiam uma queima de gordura rápida, ganho de resistência e até mesmo cura de condições como hemorroidas e varizes.

>> Remédio para emagrecer aprovado pela Anvisa tem um diferencial: não traz riscos ao coração

Ambos os itens eram vendidos pela Internet e não possuíam registro ou notificação na Anvisa. Cardarine, de acordo com informações da própria agência, era vendido como medicamento, mesmo sem o registro. O Disrupt também não tinha qualquer registro, notificação ou cadastro no órgão.

Além da comercialização, a fabricação, distribuição, divulgação e uso também foram proibidos pela Anvisa. O Viver Bem tentou contato com os sites indicados pela Anvisa, responsáveis pela venda dos produtos, mas não conseguiu contato por telefone ou e-mail dos responsáveis até a publicação dessa matéria.

Remédios para emagrecer liberados no Brasil

Dos medicamentos liberados atualmente pela Anvisa para serem usados no Brasil, nenhum deles pode ser consumido sem orientação médica. Confira abaixo as opções e como cada uma delas age:

Orlistate (Lipoxen é nome comercial, mas há outros com o mesmo princípio ativo)

Cerca de 30% da gordura que seria absorvida pelo organismo, em cada refeição, é eliminada pelas fezes através do uso do orlistate. Como a molécula de gordura é grande, e precisa ser quebrada para ser absorvida, uma enzima no intestino é responsável por essa função, a lipase. O orlistate inativa essa enzima e 30% da gordura podem ser, então, eliminadas. A recomendação dos especialistas é para que o medicamento seja tomado junto com as refeições, todos os dias.

A indicação desta substância, segundo informações da Anvisa, é para tratamentos de longo prazo em pacientes com sobrepeso ou obesidade, incluindo aqueles com fatores de risco associados à obesidade. Com isso, o medicamento promove controle glicêmico adicional, quando usado juntamente com medicamentos antidiabéticos orais e/ou a insulina.

Cloridrato de sibutramina (Biomag é nome comercial, mas há outros com o mesmo princípio ativo)

Existem no cérebro dois centros que estão diretamente ligados às refeições: um que controla a fome e outro que cuida da sensação de saciedade. A sibutramina inibe o centro da fome e também estimula o centro da saciedade, fazendo com que a pessoa queira comer menos, mas se sinta satisfeita ao mesmo tempo. Trata-se de uma cápsula tomada todos os dias, pela manhã, e que terá o efeito durante o dia todo.

A sibutramina é indicada como terapia adjuvante dentro de um programa de gerenciamento de peso para pacientes obesos com um Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 30, segundo a ANVISA.

Liraglutida (Saxenda, nome comercial)

Sempre depois das refeições, o alimento, quando chega ao intestino, estimula a produção de uma substância chamada de GLP-1 (glucagon-like peptide-1). Essa substância é responsável por três tarefas: reduzir a taxa de glicose (apenas quando ela está alta no organismo), dar a sensação de que o estômago está satisfeito e avisar o cérebro para que a pessoa pare de comer. O problema é que essa substância dura cerca de dois minutos apenas, e a sensação de fome pode voltar.

O liraglutida é uma forma de GLP-1, mas com uma ação que dura o dia todo. Trata-se de uma medicação injetável, aplicada na coxa ou no abdome, com uma agulha pequena, como aquelas usadas no tratamento da diabete. Essa era, inclusive, a primeira função do liraglutida: auxiliar no tratamento dos diabéticos. Como os médicos perceberam que favorecia a redução do peso, mas em uma dose maior, foi transferido para o tratamento da perda de peso.

De acordo com informações da ANVISA, este medicamento é indicado a adultos com IMC de 30 ou maior, ou 27 na presença de, pelo menos, uma comorbidade, como disglicemia (pacientes pré-diabéticos ou com diabete tipo 2), hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.

Cloridrato de lorcaserina hemihidratado (Belviq, nome comercial)

Da mesma forma que a sibutramina, o cloridrato de lorcaserina hemihidratado é uma substância que tem ação no centro do cérebro para diminuir a sensação de fome. A aprovação pela Anvisa aconteceu em dezembro de 2016, mas o medicamento ainda não chegou às farmácias. É também um medicamento que, comprovadamente, não aumenta risco cardíaco entre os pacientes.

É indicado a pacientes com o IMC de 30 ou maior, categoria obeso, ou pacientes com sobrepeso e IMC maior ou igual a 27. Neste último caso, é necessária a presença de, pelo menos, uma comorbidade relacionada ao peso, como hipertensão, dislipidemia, doença cardiovascular, diabete tipo 2 controlado com agentes hipoglicemiantes orais, ou apneia do sono, de acordo com informações da ANVISA.

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