Saúde e Bem-Estar

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Os objetos e locais mais sujos dos quartos de hotéis que podem estar contaminados

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28/06/2019 08:00
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O controle remoto está na lista dos objetos mais sujinhos, mas há outros que você deve prestar atenção. Foto: Bigstock

Todo quarto de hotel é um pouco nojento. É um lugar de passagem, compartilhado – ainda que indiretamente – com pessoas de hábitos totalmente diferentes. Como é impossível ser feliz pensando nos cantinhos obscuros ou não da hospedagem, o jeito é confiar no staff e saber que há locais em que limpeza é regra absoluta.

Em todo caso, mesmo quem é do ramo sabe que tem muita coisa que passa batida na rotina do pessoal da higienização, que chega a limpar 15 quartos em um dia normal, para citar uma média.

Mas o que é preciso para não cair em armadilhas de sujeira? Um estudo feito na Universidade de Houston, nos Estados Unidos, examinou superfícies em quartos de hotel de três estados do país — Texas, Indiana e Carolina do Sul. Os pesquisadores estavam procurando bactérias e coliformes fecais, e acharam bastante. E isso não foi apenas em lugares óbvios, como o vaso sanitário e a pia do banheiro.
Coisas em que você pode tocar enquanto come um snack, como o interruptor ao lado da cama e o controle remoto, estavam cheias de micróbios.
Os controles remotos, aliás, apresentaram uma quantidade de germes parecida com a encontrada no tampo da pia do banheiro em um teste do site Travelmath, no ano passado (neste estudo, curiosamente, os três estrelas se saíram melhor que os hotéis mais estrelados).
Preste atenção nos dias de alta rotatividade se o serviço de limpeza foi realizado com cuidado. Foto: Visualhunt
Preste atenção nos dias de alta rotatividade se o serviço de limpeza foi realizado com cuidado. Foto: Visualhunt
Outros lugares sujinhos: o telefone e a escrivaninha. Uma surpresa agradável? A maçaneta da porta do banheiro.

Níveis de limpeza

“As pessoas tendem a achar que o banheiro é o local mais contaminado. Mas estes são lugares a que as governantas se dedicam mais. Há pontos em um apartamento que muitas vezes não são notados, mas são de alta contaminação, porque têm contato com muita gente”, diz Desiré de Oliveira, mestre em gestão e assessora na área de hospitalidade.
Ela explica que há tipos diferentes de limpeza. A de permanência, feita durante a estadia de um mesmo hóspede, é mais ligeira. A do checkout requer uma limpeza mais rigorosa, que cuida destes pontos críticos (dica: o pegador do minibar também é um deles).
“Agora, é claro: sempre tem o dia em que o hotel está com movimento muito alto e o serviço não é tão detalhado”, conta, lembrando que hotéis usados para estadias mais curtas, de negócios, frequentemente fazem limpezas mais superficiais.

De quanto em quanto tempo?

É num terceiro tipo de limpeza, a faxina, que se cobre tudo — das cortinas até a limpeza profunda da capa do sofá da saleta. Mas esta, só uma vez por mês ou a cada dois meses, na maioria dos hotéis.
Ou talvez nunca. Parece que a prática varia muito. Desiré já conheceu supervisores que deixam por querer a própria digital em controles remotos para ver se o dedão some na próxima limpeza. Também já ouviu uma dona de hotel contar que ainda não havia colocado os cobertores para lavar seis anos depois de abrir.
O manual de boas práticas é exigente: ensina a começar a limpeza sempre do menos para o mais contaminado, mas nem todo mundo recebe este tipo de treinamento. Recomenda lavar o edredom a cada checkout, mas muitos só são lavados quando a sujeira é visível, porque o hotel não tem peças suficientes em estoque para ficar lavando sempre — o que, por sinal, faz a peça durar menos.
Desiré dá algumas dicas: Cobertor, colcha e peseira (colcha deixada sobre o pé da cama para proteção contra sujeira), nem pensar. Edredom, só se tiver o “duvet” (capa), impecável. Banheira de hidromassagem, não antes de uma retrolavagem executada pelo próprio hóspede. Para o resto, ela ensina, abuse do álcool gel, velho companheiro de viagem.
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