Para quem já se perguntou o que seriam aqueles ‘shakes’ nas mãos dos frequentadores de academia, talvez nem saiba como eles podem ajudar na saúde. São suplementos alimentares feitos à base de proteína, carboidrato e outras substâncias que atuam na formação muscular, na quebra de gordura, na aceleração do metabolismo, com o objetivo de definir os músculos.
Se a primeira imagem que veio à sua cabeça foi do Arnold Schwarzenegger em uma competição de fisiculturismo, você não está totalmente errado – e nem totalmente certo. Mesmo quem não faz exercícios físicos pode ter benefícios com o consumo dos suplementos, substituindo alguma refeição que não consegue fazer de forma adequada, ou mesmo alguma deficiência nutricional. Idosos, por exemplo, comumente reduzem o consumo de carne, o que impacta na absorção das proteínas, influenciando na chamada sarcopenia, ou a perda de massa magra.
O momento certo para começar a tomar esses ‘shakes‘ varia de pessoa para pessoa. Para alguns, mesmo antes de entrar na academia pode ser necessária a suplementação alimentar, enquanto para outros a necessidade só surge com os treinamentos mais intensos. De acordo com Carlos Tomaiolo, fisioterapeuta e pós-graduado em fisiologia do exercício e treinamento resistido pela USP, treinos muito exaustivos pedem uma atenção nutricional maior, mas mesmo ‘atletas de fim de semana’ podem ver resultados na performance com o uso de suplementos.
“O fato de fazer um exercício deixa a pessoa mais predisposta a suplementar. A quantidade de suplemento depende do grau de esforço que ela faz. Na rotina que temos hoje, por menor que seja o esforço físico que você faça, se você não se alimentar direito pode ter o suplemento como um aliado importante”, explica Tomaiolo, conhecido ‘coach’ de celebridades do Rio de Janeiro e São Paulo, que falou na última terça-feira (27) aos leitores da Gazeta do Povo no Estúdio Bom Gourmet do Pátio Batel sobre suplementos alimentares. O workshop teve o apoio da Cabana do Atleta e IntegralMédica.
Os mais comuns
O suplemento mais conhecido entre os brasileiros é o whey protein – filtrado a partir da proteína do soro do leite, que ajuda nessa formação muscular. Há ainda glutamina, creatina, aminoácios BCA, que são suplementos também importantes no desenvolvimento da massa muscular, mas que também ajudam a perder gordura e melhorar a resistência física.
Se eu tomar suplementos sem fazer exercício, posso engordar?
Sim, é possível que a suplementação ajude a ‘engordar’ ou formar gordura se você não fizer qualquer tipo de exercício físico e não tiver nenhuma necessidade de suplementar. Porém, essa gordura pode vir tanto do suplemento quanto do macarrão ou do bife.
“Consumir mais calorias e não gastar elas pode sim se transformar em gordura, mas não é o suplemento que vai te engordar, são as calorias – que o suplemento também tem. A proteína do soro do leite tem 120 calorias por porção, que também não é muito, mas se a pessoa não gasta nada em exercícios, ela pode sim ter essa energia toda transformada em gordura”, diz Tomaiolo.
Como começar a tomar?
Antes de prescrever qualquer tipo de suplementação, a nutricionista esportiva Larissa Cunha pede para que o paciente escreva toda sua rotina no papel. “Horário que acorda, que come, que trabalha, o que ele come no trabalho, que horas chega em casa, que horas vai para a academia, que tipo de atividade que ele faz, tudo. A partir disso eu monto toda a alimentação, a nutrição e suplementação certa para ele, sem falar nos exames para ver função do rim, fígado”, explica Larissa, que também é personal trainer, campeã mundial e Miss Universo de Fisiculturismo.
Suplemento no iogurte
Nos Estados Unidos e em outros países lá fora é mais comum ver alimentos suplementados com algum nutriente. Aqui no Brasil, a moda da ‘proteína extra’ nos iogurtes começou há pouco tempo, mas ajuda a desmistificar a ideia de que suplemento alimentar serve apenas para atletas ou praticantes de exercícios físicos, conforme explica Carlos Tomaiolo, fisioterapeuta. “Quando o suplemento fizer parte de uma rotina alimentícia das pessoas, ele vai crescer, vai ficar mais íntimo e as pessoas vão olhar para ele com olhos mais amigáveis. Aqui no Brasil isso não é tão comum ainda, mas vejo crescendo a cada ano”, diz.
