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Prática conhecida como “reforma da mamãe” cresce entre mulheres brasileiras

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10/10/2017 12:00
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Especialistas indicam pelo menos um ano depois do nascimento do bebê para fazer qualquer procedimento estético (Foto: Bigstock)

A busca por cirurgias plásticas para retomar as medidas anteriores à gravidez – também conhecidas como mommy makeover (ou reforma da mamãe) – tem crescido no Brasil especialmente entre mulheres com mais de 35 anos.
Os procedimentos são focados, principalmente, na região abdominal e das mamas, como lipoaspiração, abdominoplastia e mastopexia. A orientação é que as mulheres que desejam se submeter às cirurgias aguardem pelo menos um ano após a amamentação, mas há quem espere somente seis meses.
Sociedades da área não têm um levantamento específico sobre o mommy makeover, mas especialistas ouvidos pela reportagem apontam alta de até 30% em suas clínicas nos últimos dois anos entre mães com mais de 35 anos.
Esse crescimento integra o cenário, cada vez mais frequente, de adiamento da gravidez. Dados divulgados em novembro de 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em dez anos o porcentual de mulheres que se tornam mãe entre 30 e 39 anos passou de 22,5% para 30,8%.
“Esse é um movimento que não se via quando a gravidez era pouco frequente após os 35 anos. Todos os anos fazemos pesquisas com os cirurgiões plásticos, e em 2018 vamos incluir questões sobre os procedimentos nesta faixa etária”, afirma o diretor da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), Carlos Uebel.
De acordo com os médicos, as mulheres que procuram as cirurgias depois da maternidade buscam recuperar a autoestima, relatam dificuldade de alcançar a forma física desejada com exercícios físicos e alimentação e, em geral, estão decididas a não ter mais filhos.
“Certamente as mães estão vindo ao consultório mais cedo no período pós-parto para entender quais procedimentos podem ser realizados. O perfil é a mulher que está com a família constituída e sofreu grandes alterações na forma física”, diz Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que relata aumento de 30% nos procedimentos.
Regras para a cirurgia pós parto
Também membro da SBCP, o cirurgião plástico André Colaneri destaca que as mulheres devem esperar no mínimo um ano depois do fim da amamentação para se submeter ao procedimento. “O ideal seria esperar dois anos, porque a criança estará andando. Antes disso, é preciso pegá-la muito no colo.”
Colaneri, que observou aumento em torno de 20% na procura por essas cirurgias, afirma que quando a mulher quer mais de um procedimento a cirurgia pode ser feita em etapas, mas há casos de pacientes que realizam mais de uma intervenção no mesmo dia. “Hoje, elas costumam operar em um intervalo menor (após o parto). Não esperam muito quando sabem que não vão ter mais filhos.”
Pressa pode comprometer resultado
Ao longo da gravidez, o corpo da mulher passa por uma série de alterações físicas e hormonais que continuam ocorrendo no pós-parto. Por isso, os cirurgiões plásticos recomendam que a mulher espere no mínimo um ano após a amamentação para se submeter às intervenções.
“O corpo tem de voltar às condições normais de hormônios e tecidos. É importante aguardar pelo menos um ano após o final da amamentação. É condenável fazer antes disso”, explica José Octavio Gonçalves Freitas, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Alan Landecker, cirurgião plástico e membro da SBCP, alerta que o resultado do procedimento pode ser comprometido quando não é feito no prazo correto. “Os tecidos estarão inchados e o cirurgião perde parâmetro. O resultado pode ser ruim do ponto de vista estético. A cirurgia de contorno só pode ser feita no peso ideal ou próximo disso.”
Fase pós-cirúrgica
Landecker destaca que o prazo de recuperação, que costuma ser de um mês, também deve ser respeitado. “A paciente não pode pegar peso, usar os braços com intensidade e precisa de muita ajuda para realizar suas atividades. O resultado das plásticas vem seis meses após a cirurgia, quando os tecidos desincham e adquirirem a forma final.”
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