Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Evite acidentes na hora de assar carne ou pinhão na churrasqueira

Amanda Milléo
28/04/2017 19:00
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Na França, costumava-se manter um tronco único queimando pelo máximo de tempo possível. Quanto mais tempo durasse, mais próspera seria a colheita do ano seguinte. Foto: Bigstock

Na hora de preparar a carne ou o pinhão, próprio da época de inverno, na churrasqueira ou tentar aquecer a casa com uma lareira à lenha, muito cuidado com as queimaduras. Os ferimentos são comuns nas emergências dos hospitais e, embora alguns não causem tanto desconforto, há queimaduras que atingem camadas mais profundas da pele, exigindo enxertos e meses de recuperação.
Os erros mais comuns na hora de acender o fogo, de acordo com Camila Scharf, médica dermatologista e coordenadora do ambulatório de dermatoscopia do hospital universitário Evangélico de Curitiba, é o exagero do álcool: tanto daquele usado para acender o fogo, quanto no álcool presente nas bebidas alcoólicas. Não cuidar com as brasas que podem entrar em contato com a pele e até mesmo usar roupas de tecido inflamável são enganos também comuns.
“Geralmente a queimadura é feita pela proximidade com o fogo, mas se a pessoa usa um casaco de náilon e há aquela explosão com o álcool, pode pegar fogo na roupa também. As brasas que encostam na pele também causam ferimentos, mas pontuais. Ainda assim, se a pessoa deixa a lenha em pé, a medida que ela vai queimando, vai caindo brasas, que podem atingir as pessoas que não tem a prática de acender”, explica a dermatologista.

Queimaduras por churrasqueira e lareira são graves

O tipo de queimadura, bem como seu tratamento e tempo de recuperação, depende da profundidade que a lesão atingiu na pele. Queimaduras de primeiro grau, por exemplo, são aquelas que aparecem depois de um dia na praia sob o sol. Ficam avermelhadas e doloridas porque atingiram a faixa mais superficial da pele, que volta ao normal em uma semana.
No caso das queimaduras feitas por churrasqueira e lareira, podem chegar ao segundo ou mesmo terceiro grau, atingindo uma região mais profunda da pele. “Tem bolha, uma coloração rosa ou avermelhada e é bastante dolorida, com risco de cicatriz e infecção”, explica a médica.
Nas queimaduras de terceiro grau, todas as camadas da pele são atingidas, inclusive podendo chegar aos ossos, músculos e nervos. Mas, diferente das outras, essa queimadura não causa dor, porque a lesão destruiu todas as estruturas da pele. “Nesses casos o paciente é hospitalizado e geralmente precisa de enxerto. As regiões mais comuns são os braços, mas também o rosto e tórax”, reforça Scharf.

Me queimei, e agora?

Logo em seguida do acidente, a primeira coisa a se fazer é apagar qualquer resquício de fogo ou fonte de calor. No caso, é recomendável o uso de líquidos não inflamáveis, panos, extintores – o que tiver à disposição.
Se a pessoa estiver usando anéis, brincos, pulseiras ou colares, retire todos, para evitar que os acessórios aquecidos queimem a pele também. Depois da queimadura, o região tende a inchar e se estiver com um anel, talvez não consiga retirar tão facilmente.
O passo seguinte é lavar com água em temperatura ambiente a região afetada. “É importante não ser com água gelada para evitar uma lesão maior, porque a pele está bem sensível. Então procurar auxílio médico, seja em posto de saúde, em um centro de unidade com pronto atendimento para queimados ou, em casos graves, chamar o SAMU”, explica Scharf.

Não fazer!

– Não passe nenhum tipo de pomada, nem receitas caseiras na pele afetada. Isso pode deixá-la mais irritada e causar uma lesão ainda maior;
– Se houver a formação de bolhas, não estoure. Elas formam um teto de proteção sobre a pele.
– Não aplique em cima da ferida nenhum material que possa grudar, como algodão ou pano. Isso pode dificultar o processo de limpeza da área e causar mais desconforto ao paciente quando o médico tentar retirar;
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