Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Reconstrução das mamas facilita na recuperação e tratamento do câncer

Amanda Milléo
24/10/2018 07:00
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Há duas técnicas mais usadas na reconstrução das mamas: uso de gordura ou tecido da própria paciente, ou prótese (Foto: Bigstock)

De acordo com a literatura médica, a mulher cujas mamas são reconstruídas tão logo se faça a cirurgia de remoção, ou a mastectomia, tende a ter uma recuperação mais rápida do câncer de mama. O impacto da imediata reconstrução das mamas influencia de forma positiva, tanto na parte física do tratamento quanto no emocional, favorecendo a autoestima das pacientes.
Segundo a médica cirurgiã plástica Anne Groth, essa paciente tende a passar pelo tratamento com menos complicações; além disso, essa reconstrução não afeta, de forma alguma, as futuras ações de combate ao câncer de mama.
“Às vezes as pacientes têm essa ideia de que a reconstrução pode atrapalhar o tratamento, e é uma dúvida comum. Mas não há essa interferência. A grande contra-indicação que existe hoje para a reconstrução é no caso da paciente que tenha alguma doença mais grave, que a impeça de fazer uma cirurgia maior, ou aquelas com tumores  avançados”, explica a médica, que também é chefe do serviço de cirurgia plástica do hospital Erasto Gaertner, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica do Paraná e professora de cirurgia da Universidade Positivo.
Devido aos benefícios, o procedimento não é uma etapa delegada ao fim do tratamento, mas na mesma cirurgia de remoção, e atualmente há diferentes técnicas disponíveis, que atendem a todos os desejos das pacientes.

Conheça as principais técnicas de reconstrução das mamas: 

Retalho Abdominal Livre baseado em artérias perfurantes, ou retalho de DIEP. São usados tecidos ou gordura da própria paciente, localizados na região abdominal, para a reconstrução. Assim, não é necessário o uso de implantes, embora a técnica cabe apenaspara pacientes que tenham um excedente de pele, tecido e gordura para tal uso.
“Esse tipo de reconstrução é feita por pacientes que não querem nenhum implante, desejam algo mais natural e macio, e não querem se preocupar em trocar implantes depois de alguns anos. Mas a paciente tem que ter  flacidez abdominal”, explica Anne Groth.
Próteses. A reconstrução mais comum no Brasil, e no restante do mundo, é o uso das próteses de silicone. Por ser uma cirurgia rápida, é a técnica mais usada no momento da reconstrução, tão logo seja feita a mastectomia.
“A pele que sobra da mama acaba fazendo uma retração, quando a paciente não faz a reconstrução no mesmo momento da mastectomia. Depois, para reconstruir, chega a ser mais trabalhoso. Mas, quem determina o momento da reconstrução é o oncologista da paciente”, reforça a cirurgiã.

Quando usar o expansor?

Quando se escolhe a reconstrução das mamas por meio de próteses, em alguns casos é indicado o uso do expansor. Trata-se, conforme explica Bruno Legnani, médico cirurgião plástico, de um equipamento que simula uma bexiga, ou um balão, vazio. Feita a cirurgia de remoção das mamas, o médico insere o expansor, que será inflado durante o pós-operatório, com o uso de soro.
O objetivo é criar um espaço nas mamas, favorecendo a cicatrização da pele e dos tecidos da região, para depois de 30 a 60 dias ser substituído pela prótese. “Alguns expansores são definitivos, mas na grande maioria das vezes o médico faz a troca depois de alguns meses”, explica Legnani, que é médico da equipe do hospital Erasto Gaertner, VITA e do Rocio, especialista em cirurgia plástica e microcirurgia.

Tatuagem dos mamilos

Nem toda paciente com câncer de mama vai ter os mamilos retirados durante o procedimento cirúrgico, e o que vai determinar essa retirada é o tamanho do tumor, bem como a distância dele em relação ao mamilo. Se o tumor for pequeno e distante do mamilo, ele é normalmente preservado.
“As pacientes que desejam fazer a tatuagem dos mamilos, podem fazê-la de dois a três meses depois de finalizado o tratamento. Mas isso também depende da paciente. Se ela estiver em um estadiamento inicial da doença, a reconstrução pode ser totalmente finalizada em pouco tempo. No caso de um tumor mais avançado, a reconstrução pode levar mais tempo”, reforça Anne Groth, médica cirurgiã plástica.
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