Saúde e Bem-Estar

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Remédios que listam depressão como efeito colateral aumentam risco da doença

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15/06/2018 17:00
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(Foto: Bigstock)

Pessoas saudáveis que fazem uso de medicamentos que têm como efeito colateral a depressão estão em risco de desenvolver a doença. Estudo divulgado na última terça-feira (12) pelo Journal of American Medical Association (JAMA) demonstra que o risco está diretamente ligado a quantidade de remédios administrada pelo paciente.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, analisaram dados de saúde (especificamente o uso de medicamentos que listam a depressão como efeito colateral) de adultos norte-americanos durante ciclos de dois anos (2005 a 2006, e 2013 a 2014), adquiridos pela National Health and Nutrition Examination Survey. Foram excluídos dados de adultos que faziam uso de antidepressivos, e os que eram tratados contra hipertensão.
A prevalência estimada da depressão, de acordo com dados do estudo, era de 15% nos pacientes que reportavam usar três ou mais medicamentos com a depressão listada como efeito colateral. O número contrasta com os 4,7% de prevalência da doença entre quem não faz uso do mesmo tipo de medicamento.
OMS pede nesta quinta-feira (30) para que países reforcem investimentos contra a depressão (Foto: Bigstock)
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O estudo também identificou um aumento no consumo dos medicamentos ao longo dos anos e, consequentemente, maior risco de depressão. Entre 2005 e 2006, a prevalência na administração desses remédios era de 35%. Nos dados de 2013 e 2014, no entanto, esse número chegou a 38,4%. O uso concomitante de medicamentos aumentou de 6,9% (2005-2006) para 9,5% (2013-2014).

Quais medicamentos têm a depressão como efeito colateral?

Anti-hipertensivos, hormônios e modificadores hormonais, agentes gastrointestinais, analgésicos, ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, além dos contraceptivos hormonais e beta-bloqueadores são medicamentos usados com frequência pelo público, especialmente o norte-americano, segundo o estudo, mas que trazem a depressão como efeito colateral.
Esse é o primeiro estudo a demonstrar que a prescrição de médicos pode ser associada, assim como a polifarmácia (ou o uso concomitante de diferentes tipos de medicamentos), às chances de desenvolver a depressão.
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