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Os riscos começam quando a frequência do uso do salto se torna constante. Foto: Bigstock
Os riscos começam quando a frequência do uso do salto se torna constante. Foto: Bigstock| Foto:

Trabalhadoras japonesas se mobilizaram nesta semana, em Tóquio, com a campanha #KuToo, contra o uso obrigatório do salto alto em ambientes de trabalho. É que naquele país, algumas empresas têm por convenção de que mulheres utilizem o sapato e usam isso, inclusive, como avaliação na entrevista de emprego.

O nome “KuToo” é um trocadilho com as palavras “kutso” (sapato) e “kutsuu” (dor). O slogan já foi apoiado por cerca de 20 mil pessoas ao redor do mundo e se tornou uma petição entregue ontem ao Ministério do Trabalho japonês, que ainda não obteve resposta. 

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A criadora da campanha é a atriz Yumi Ishikawa (foto acima), que se tornou ativista pela causa quando reclamou no Twitter sobre a obrigação de usar salto para trabalhar em hotéis. A convenção se estende para outros cargos, como advogadas, garçonetes e aeromoças.

O perigo do salto alto 

Mas a reclamação pelo uso do salto alto não é só por ser, às vezes, desconfortável, mas porque ele pode ser perigoso para a saúde da mulher. E tão pouco se restringe ao território japonês. No Brasil, a situação também é comum.

De acordo com o ortopedista Antônio Krieger, os riscos começam quando a frequência do uso do salto se torna constante. Há três maiores perigos no uso do salto: alterações na curvatura do pé (que causa dor e inflamação), acentuação da curvatura lombar e encurtamento do músculo da panturrilha. 

A acentuação da curvatura da lombar tende a jogar o corpo da mulher para frente, e, para se equilibrar, ela coloca os ombros para trás. Isso altera a curva da lordose. “Só que essa curvatura sobrecarrega as articulações da coluna, e, ao longo de horas ou dias, a dor lombar se torna um problema”. 

Andar de salto alto sem segurança é um perigo que pode abalar a saúde e a elegância. O especialista no assunto Namie Wihby ministra workshop sobre o tema em Curitiba. Foto: divulgação.
Andar de salto alto sem segurança é um perigo que pode abalar a saúde e a elegância. O especialista no assunto Namie Wihby ministra workshop sobre o tema em Curitiba. Foto: divulgação.

Outra preocupação com o uso de saltos muito altos é que os sapatos exigem a contração na panturrilha. “Manter isso ao longo do dia tende a causar um encurtamento no tríceps sural, ou seja, da batata da perna”, explica o ortopedista. Como qualquer encurtamento muscular, este causa dores e leva a desordens biomecânicas no corpo. “Sobrecarrega o joelho, o tornozelo e o quadril, causando problemas”, diz.

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Com relação às alterações na curvatura do pé, sapatos muito planos também não são recomendados. “Tudo que altera a curvatura pode causar inflamação, dor na planta do pé e sobrecarga de outras estruturas ósseas”, afirma. O principal problema dos sapatos planos é retificar a curvatura do pé e causar dor. 

Assim, o médico recomenda que no dia a dia seja usado um mínimo de salto, de 2 ou 3 centímetros, que vai ajudar na postura e não faz mal. “Não há problema em usar saltos altos de vez em quando, mas é preciso equilibrar”, ele diz. Outra maneira de amenizar os problemas é através da prática de atividades físicas regulares. 

“As mulheres que fazem corrida ou academia, por exemplo, conseguem equilibrar o uso do salto contínuo com uma atividade que alonga e fortalece a musculatura e dá mais resistência. O exercício equilibra a dor. Já nas mulheres sedentárias, a dor evolui mais rápido”, Krieger diz e recomenda as atividades físicas como forma de aliviar ou evitar as dores.

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