Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Alimentos ou suplementos: como tomar o colágeno que retarda o envelhecimento

Amanda Milléo
18/10/2018 07:00
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O uso do suplemento alimentar é consenso entre os especialistas que verificaram que o colágeno funciona, desde que na quantidade correta. Foto: Bigstock

Vendido em cápsulas, sachês e a granel, o colágeno não exige prescrição médica para ser incluído na dieta. Isso não significa, porém, que uma orientação de especialistas não seja importante para dosar a quantidade correta — que pode gerar uma ação efetiva para a pele –, orientar o consumo, além de reduzir as expectativas dos pacientes.
Quem busca o colágeno apenas para melhorar o aspecto de flacidez da pele, a suplementação nem sempre vai colaborar. A pele é o último dos tecidos que o colágeno atua, visto que a proteína extra adquirida via suplementação colabora primeiro com a formação da cartilagem, das paredes dos vasos, da estrutura dos órgãos, da musculatura, entre outros espaços do organismo.
Por conta dessa lista de prioridades, a ação mais efetiva desse conjunto de aminoácidos (que forma a proteína que é o colágeno) tende a ser entre os grupos que precisem de fato de uma reposição, seja para favorecer a cicatrização ou para a produção de tecidos novos, especialmente o conjuntivo.
Pessoas que fazem atividades físicas de alto impacto, e ao ar livre; idosos; pessoas em pré ou pós-operatório; e quem tiver histórico familiar de doenças articulares recebem, portanto, uma maior indicação a esse tipo de suplementação

O organismo precisa sintetizar colágeno para manter o corpo em pé. O colágeno é uma proteína segura, mas não chega a substituir a carne ou as proteínas animais“, explica Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Dose certa

A suplementação de colágeno era vista como algo desnecessário e sem ação efetiva no organismo. Há uma década, porém, o uso do suplemento alimentar é consenso entre os especialistas que verificaram que o colágeno funciona, desde que na quantidade correta.
Incluir duas porções de frutas e verduras, ricas em vitamina C, todos os dias na dieta, ajuda na adiar a catarata
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“Estudos provaram que uma dose de 10 g de colágeno, para uma pessoa de 50 kg, por dia, aumenta os níveis de aminoácidos nos tecidos alvo, e há 28 tipos de colágenos que temos no corpo. Se consumir uma quantidade adequada, aumentam os níveis dos aminoácidos que, na presença da vitamina C, vão formar o tecido conjuntivo”, explica Duarte, médica nutróloga.

A vitamina C é um fator condicional para que o organismo faça uso dos aminoácidos do colágeno e, por se tratar de uma vitamina hidrossolúvel, é preciso que o consumo das fontes seja feito diariamente.

“Uma laranja é suficiente, dois limões ou mesmo um limão e meio também. Devem ser consumidos todos os dias, especialmente se a pessoa fizer uso do colágeno comprado a granel, e não em sachês — que normalmente já trazem a vitamina C na composição”, diz Duarte.
Atualmente, pode ser encontrado colágeno em forma de sachês, cápsulas ou mesmo a granel, em lojas de produtos naturais e feiras livres. “A única coisa que as pessoas precisam prestar atenção é se estão vendendo gelatina no lugar de colágeno, mas há uma diferença física entre eles. O colágeno é solúvel em água”, explica a especialista.
Nos sachês, em geral, a quantidade de 10 g vem determinada. Caso compre a granel, uma colher de sopa rasa representa a mesma quantidade. 
Embora não se trate de um medicamento, o colágeno pode receber contraindicações, segundo a especialista. Pessoas com problemas renais devem prestar atenção redobrada nos suplementos proteicos, como é o caso, para prevenir sobrecarga nos rins.

Posso obter colágeno dos alimentos?

Colágeno não vem na alimentação tal qual uma vitamina, mas refeições regradas e adequadas ao organismo colaboram na produção adequada do colágeno pelo próprio organismo – especialmente quando incluímos frutas ricas em vitamina C, como as cítricas.
“O que favorece a produção pelo organismo é ingerir alimentos que ajudem na síntese desse colágeno, como vitamina C, sementes oleaginosas, que têm selênio e zinco. Se a alimentação estiver regrada, eu não preciso necessariamente de suplementação“, explica Simone Biesek, nutricionista esportiva, que atua com envelhecimento e doutoranda em Educação Física pela UFPR.
Foto: Bigstock
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A diferença, segundo a nutricionista, é que o colágeno em sachês, cápsulas ou a granel são proteínas quebradas, de mais fácil absorção pelo organismo — que só fará uso delas caso precise.
“Se a pessoa se alimentar direito e tiver a quantidade adequada de colágeno no organismo, não será o produto com o nome de colágeno que vai fazer o organismo produzir mais colágeno. Se ele não precisar, não vai formar mais”, reforça.

No caso da gelatina industrializada, embora tenha uma quantidade de colágeno, ela é mínima — e a quantidade de açúcar, corantes artificiais e conservantes presentes no produto fazem com que a gelatina de mercado não seja a melhor opção para colágeno. 

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