Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Sarampo volta a amedrontar; conheça os sintomas e saiba quando tomar a vacina

Amanda Milléo
11/07/2018 07:00
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(Foto: Bigstock)

O sarampo está de volta ao Brasil, mas o medo da população parece não acompanhar o avanço da doença. Confundida com os sintomas de varicela/catapora e rubéola, há quem minimize os efeitos da doença, que variam de dias consecutivos de febre alta, tosse, coriza e manchas na pele, até diarreia, pneumonia, infecções auditivas ou mesmo, em casos graves, morte.
Até o momento, dados do Ministério da Saúde alertam para dois surtos confirmados nos estados de Roraima, com 200 casos e Amazonas, com 265. Há ainda casos isolados em São Paulo (1), Rio Grande do Sul (6), Rondônia (1) e Rio de Janeiro (2), além de outros 18 situações suspeitas no estado carioca.
Os números vem crescendo depois de surtos ocorridos no Ceará e Pernambuco entre 2003 e 2015. Na época, a ação de imunização conseguiu interromper o avanço da doença, que teve registrado 1.310 casos.
Em 2017, porém, a doença voltou através da fronteira com a Venezuela e pela queda nas taxas de vacinação contra diferentes doenças (entre elas a tríplice viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e a rubéola).
No início de julho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre a vacinação, que estaria reduzindo ano a ano, em todo o país. Ao todo, 312 municípios brasileiros estariam com uma cobertura vacinal inferior a 50% – oito dessas cidades localizadas no Paraná. Embora os dados sejam contestados pela Secretaria Estadual de Saúde, o reforço da vacinação é sempre ressaltado pelos profissionais de saúde.
No Paraná, a cobertura vacinal da tríplice viral caiu de 99,44% em 2015 para 86,29% em 2017. O ideal, no caso da proteção contra o sarampo, significa manter a vacinação acima de 95% sempre.

Não sei se me vacinei. Preciso?

A orientação da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná é para, na dúvida, sempre recorrer à carteirinha de vacinação. Caso tenha recebido a primeira dose da tríplice viral aos 12 meses e, aos 15 meses, o reforço com a vacina da tetra viral (além da proteção contra sarampo, caxumba e rubéola, varicela), não é necessária uma nova vacinação.
No entanto, se não se lembrar de ter sido vacinado e não tiver nenhum comprovante, através do registro na carteirinha de vacinação, que foi imunizado, vale reforçar a proteção.
“Até os 29 anos é obrigatório ter as duas doses da vacina da tríplice viral. Dos 29 aos 49 anos, se tiver apenas uma dose, esta é suficiente para a imunidade. Mas se eu estiver nessa faixa etária sem nenhuma dose, e não conhecer o meu antecedente vacinal, eu tenho que tomar pelo menos uma dose da vacina”, explica João Luís Crivellaro, chefe do Centro Estadual de Epidemiologia do Paraná.

Vou viajar, devo reforçar a vacina?

A mesma lógica vale para quem for viajar às áreas de risco de contaminação, como Amazonas e Roraima. “Se eu não tiver a carteirinha, um registro da vacinação, refaço as vacinas conforme a faixa etária. A sua mãe pode ter dito que você as tomou, mas se não tiver um comprovante e não conseguir a segunda via, para nós é considerado como vacina não dada”, reforça Crivellaro.

Sintomas do sarampo

Considerada uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave e extremamente contagiosa, o sarampo pode trazer complicações infecciosas que aumentam de gravidade dependendo da fragilidade no sistema imunológico do paciente.
“Na parte clínica, sarampo, rubéola e varicela/catapora são parecidos, mas cada uma dessas doenças traz diferenças com relação às exantemas, ou as manchas. Na rubéola, logo no primeiro dia aparecem várias manchas pelo corpo, que desaparecem no terceiro dia. No sarampo, é o contrário. A variação de temperatura, no sarampo, é mais elevada e na rubéola, mais baixa”, diferencia João Luís Crivellaro, chefe do Centro Estadual de Epidemiologia do Paraná.
De forma geral, fique atento aos seguintes sinais:
  • Febre alta, acima dos 38,5ºC
  • Exantema maculopapular generalizado (manchas pelo corpo);
  • Tosse;
  • Coriza;
  • Conjuntivite;
  • Manchas brancas na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, antecedendo de um a dois dias antes do aparecimento do exantema.
O diagnóstico é clínico, confirmado pelo exame de detecção de anticorpos IgM, identificado no exame de sangue, durante a fase aguda da doença, nos primeiros dias. A transmissão se dá pelas gotículas de saliva expelidas na fala, espirro, tosse e respiração, e a principal forma de prevenção se dá através da vacina tríplice e tetraviral.
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