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Bebê nasce com mancha rara no rosto e mãe faz apelo contra preconceito

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03/04/2019 07:00
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Só foi possível perceber a mancha após o nascimento de Luna, o que trouxe preocupação aos pais e à equipe médica. Foto: Reprodução/Facebook

“Quero que o mundo inteiro saiba mais sobre nevo e, principalmente, aprenda a não agir com indiferença ou preconceito”. Esse é o pedido que a mãe Carolina Fenner fez ao divulgar fotos de filha nas redes sociais. A bebê Luna Fenner nasceu na Flórida – Estados Unidos – dia 7 de fevereiro e e chamou a atenção ao apresentar uma grande mancha preta que cobre seu rosto. A condição rara é chamada de nevo melanocítico congênito e ocorre devido a uma mutação genética logo após a formação do embrião.
Só foi possível perceber a mancha após o nascimento de Luna, o que trouxe preocupação aos pais e à equipe médica. “Assim que eu nasci, me levaram pra UTI Neonatal porque precisavam ter certeza sobre o que era aquela mancha no meu rostinho”, escreveu Carolina em umas das postagens, como se fosse a filha relatando a situação.
Segundo o relato, a bebê ficou internada por seis dias, realizou diversos exames e teve o acompanhamento de vários médicos para confirmar o diagnóstico e garantir que não se tratava de um câncer maligno. “Vencemos essa batalha e eu cheguei em casa bem gordinha e fofinha”, continuou a mãe na legenda.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
De acordo com o site internacional Naevus Global, especializado em nevo melanocítico, a designação significa “marca de nascimento” e pode causar manchas pequenas, do tamanho de uma cabeça de alfinete, ou marcas maiores e raras que podem cobrir todo o corpo.

As de tamanho menor ocorrem, em média, uma vez a cada 100 nascimentos, enquanto as gigantes são registradas uma vez a cada 20 mil recém-nascidos.

Quem possui a nevo precisa de diversos cuidados porque as manchas são delicadas e estão sujeitas a ferimentos com mais facilidade. A pele também costuma ser mais seca que o restante do corpo, pode coçar e aquecer além do normal em dias quentes ou durante a prática de atividades físicas.
Além disso, o médico Sergio Hirata, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), informa que pessoas com nevos raros têm mais chance de desenvolver melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele. “Além da parte estética, o problema é o risco de transformação maligna, maior nos nevos congênitos gigantes porque eles são os mais graves e podem evoluir para câncer da pele”, explica.
A chance de que Luna desenvolva um melanoma e tenha dificuldades sociais devido à mancha em seu rosto fizeram com que a família procurasse alternativas cirúrgicas para a bebê. Os procedimentos podem ser realizados a partir dos seis meses de idade com custo aproximado de R$ 200 mil, mas não prometem a retirada total da mancha.

“O tratamento é um dilema, já que o ideal é a remoção cirúrgica mas é difícil de ser feita devido à extensão das lesões. Esses casos precisam do acompanhamento de um dermatologista periodicamente”, informa o dermatologista Hirata.

Solidariedade à Luna

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
Muitas pessoas se comoveram com o caso e começaram a pintar o rosto em solidariedade à Luna. As imagens foram postadas na internet e emocionaram a família. “Não temos palavras para descrever toda nossa gratidão”, finalizou Carolina, que ainda não iniciou campanhas para arrecadação do valor da cirurgia.
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