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Na hora de escolher o tipo de cirurgia no tratamento contra o câncer de próstata, qual você optaria: aberta e convencional, com o cirurgião mexendo diretamente em você, ou a robótica, com estruturas mecânicas comandadas pelo cirurgião? Embora a noção de que a cirurgia robótica seja “superior” ao modelo convencional, uma pesquisa divulgada nessa semana pela revista científica Lancet mudou a noção de médicos e pacientes.

Nem superior, nem inferior, a cirurgia robótica traz resultados similares à convencional, de acordo com dados da publicação científica, no que diz respeito à incontinência urinária e disfunção erétil. O estudo analisou dois grupos de homens entre 2010 e 2014 submetidos aos dois tipos de cirurgias, depois de seis semanas e 12 semanas do procedimento.

“Quando a cirurgia robótica apareceu para o tratamento do câncer, a propaganda era que iria acabar com o problema da incontinência urinária e da disfunção erétil depois da cirurgia. Agora a pesquisa mostrou que o robô é ótimo, tem um pós-operatório indiscutivelmente melhor, mas não é o robô que oferece um índice melhor de incontinência ou impotência. A cirurgia continua dependente do cirurgião”, explica Henrique Rodrigues, membro do departamento de uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

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Como é feita a cirurgia?

A cirurgia, independentemente de ela ser robótica ou convencional, retira toda a próstata do paciente, bem como as vesículas seminais que ficam atrás do órgão e os gânglios linfáticos ou linfonodos, da região pélvica. Como a uretra masculina passa por dentro da próstata, o médico refaz a ligação da bexiga com a uretra, e é por isso que há casos de incontinência urinária. “Na prática, eu diria que hoje, em um paciente que não tenha doença neurológica, menos de 5% dos pacientes tem sinais de incontinência”, diz Rodrigues.

Pontos positivos e negativos

Escolher a cirurgia mais adequada a cada caso começa por uma boa conversa entre médicos e pacientes. Confira os pontos positivos e negativos, de cada modalidade cirúrgica, antes de falar com seu médico:

Cirurgia convencional e aberta

Pontos negativos: Tempo de recuperação maior, tempo de internação maior, maior chance de sangramento.

Pontos positivos: Tem resultados baixos no que diz respeito à incontinência urinária e disfunção erétil; o custo da cirurgia não é tão alto, quando comparado à cirurgia robótica.

Cirurgia robótica

Pontos negativos: Custo da cirurgia é maior, visto que são poucos os hospitais no Brasil que possuem os robôs;

Pontos positivos: Tempo de internação é menor, assim como o tempo de retorno às atividades diárias. Complicações urinárias e sexuais também não são significativas, e uso de analgésicos também é menor.

Quando preciso de cirurgia?

A maioria dos pacientes com câncer de próstata passa por um procedimento cirúrgico ou recebem radioterapia como forma de tratamento. Esse tipo de tratamento, no entanto, não cabe a todos, mas sim aos casos mais agressivos da doença, com o nódulo maior na próstata e tenham uma expectativa de vida maior que 10 anos.

Nos casos em que a doença é diagnosticada precocemente, e não é agressiva, os médicos podem sugerir uma conduta mais conservadora, através da vigilância ativa. Isso não significa que o médico não vai oferecer qualquer tipo de tratamento, mas que vai avaliar a evolução da doença a cada consulta.

“Hoje temos uma conduta bastante moderna, e cada vez mais utilizada, de que o paciente com um tumor pequeno é acompanhado com exames periódicos. Quando a doença começar a crescer ou se tornar mais agressiva, então é feito o tratamento cirúrgico ou com radioterapia”, afirma André Matos de Oliveira, médico urologista com atuação na área de oncologia do Hospital São Vicente.

Idade certa

50 anos é a idade recomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia para que os homens avaliem a saúde da próstata, através do exame de sangue PSA (exame do antígeno prostático específico) e o exame do toque.

No caso de homens com histórico familiar de câncer de próstata e afrodescendentes, a procura pelo médico deve ser feita antes, aos 45 anos.

“O grande desafio é que, em uma fase inicial, com chance alta de cura, a doença é assintomática, e o paciente não sente nenhuma alteração ao urinar, nem dor. Por isso que os urologistas recomendam que o homem faça um acompanhamento anual”, reforça Oliveira.

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