Saúde e Bem-Estar

Redação

Benjamin Button da vida real se torna cientista e busca a cura do envelhecimento precoce

Redação
21/02/2019 14:33
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O cientista de 23 anos participa de pesquisas de um tratamento experimental para sua própria doença. Foto: Reprodução/Facebook

Com  bom humor e força de vontade, o jovem italiano Sammy Basso, de 23 anos, enfrenta a síndrome de Hutchinson-Gilford, também conhecida como progéria. A condição, que é raríssima, foi inspiração para o livro “O Curioso Caso de Benjamin Button”, de F.Scott Fitzgerald, cujo filme homônimo foi estrelado por Brad Pitt. A doença genética rara atinge, em média, um a cada quatro milhões de bebês e acelera até sete vezes o processo de envelhecimento. As crianças que sofrem do problema apresentem pele enrugada, queda de cabelos, magreza extrema, nanismo e têm expectativa de vida de apenas 13 anos.
No entanto, Sammy já viveu 10 anos a mais, esbanja alegria em suas redes sociais e se formou em Biologia Molecular pela Universidade de Pádua, na Itália, para estudar sua doença. Na última segunda-feira (18), por exemplo, ele publicou os resultados de um tratamento experimental que aumentou em 25% a longevidade de camundongos afetados pela síndrome e afirma que esse é apenas o começo.

“Há alguns anos, inclusive há alguns dias, ninguém poderia imaginar isso, mas agora podemos. Agora podemos ter esperança em alcançar a cura”, disse em entrevista ao jornal El País.

A pesquisa é realizada com o especialista em envelhecimento, o espanhol Carlos López Otín, e tenta corrigir o DNA dos portadores da doença ao modificar célula por célula. Para isso, os pesquisadores usaram uma técnica desenvolvida na Universidade de Harvard que possibilita a “edição” do DNA de qualquer organismo.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

“É uma das primeiras vezes que essa técnica é usada para tentar curar completamente um organismo. Ao capacitar esta técnica, pode-se esperar que cure a progéria e outras doenças genéticas permanentemente”, afirmou a Associação Italiana de Progeria Sammy Basso em sua página no Facebook.

O estudo foi publicado pela revista Nature Medicine e abre portas para futuros testes em humanos. “É um dia histórico para a ciência, especialmente para pesquisas sobre progéria!”, continuou a associação na postagem.

O cientista

Sammy Basso nasceu em 1.º de dezembro de 1995 na cidade italiana de Schio e apresentou os primeiros sintomas da doença aos seis meses, quando seu crescimento parou, repentinamente. Ele passou por inúmeros exames e, antes de completar dois anos, foi diagnosticado com a progéria – ou síndrome de Hutchinson-Gilford, como é chamada em homenagem aos médicos ingleses que a descreveram pela primeira vez.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
Essa doença é extremamente rara e ocorre devido a uma mutação do gene chamado LMNA. Isso gera o acúmulo de uma proteína tóxica no núcleo celular e causa o rápido envelhecimento. Segundo a Associação Italiana de Progeria Sammy Basso, as crianças com a doença são aparentemente saudáveis, mas, aos poucos, apresentam sintomas como endurecimento da pele, magreza e dificuldades no crescimento.
Além disso, os pacientes sofrem de rigidez das articulações, arteriosclerose, doenças cardiovasculares, ataques cardíacos e outras doenças típicas de pessoas idosas. “Portanto, encontrar uma cura para a Progeria significaria ajudar não apenas essas crianças, mas fornecer a chave para resolver os problemas cardíacos que afligem milhões de pessoas em todo o mundo”, afirma a Associação.
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