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Quando o alimento ou a saliva “descem pelo tubo errado” e entram na traqueia em vez do esôfago, tosses e engasgos são os efeitos mais comuns. Porém, com o envelhecimento, as broncoaspirações tornam-se mais frequentes e podem levar a quadros sérios, como infecções pulmonares e pneumonias, cujo tipo varia conforme a quantidade e a natureza do aspirado.

O alimento que costuma levar aos primeiros episódios de engasgo é a água, problema que se torna mais frequente ao envelhecer. “A dificuldade para engolir (disfagia) pode surgir pelo enfraquecimento ou descoordenação dos músculos usados na deglutição, ou ainda pelo “esquecimento” de como engolir”, diz a fonoaudióloga hospitalar Kátia Molinari, do Hospital Vita. Pessoas com sequelas neurológicas de AVC, tumores cerebrais e traumatismos cranianos podem apresentar maior facilidade para o engasgo. Em alguns casos, elas podem ter pouca ou completa ausência do reflexo de tosse, o que é conhecido como “aspiração silenciosa”.

Refluxo e riscos

Além da ingestão de alimentos, a broncoaspiração pode resultar do retorno do conteúdo presente no estômago (refluxo gastroesofágico), que segue em direção à arvore respiratória (traqueia, brônquios e bronquíolos), diz o neurologista Francisco Germiniani, do Hospital Santa Cruz. “Os riscos da broncoaspiração são o desenvolvimento de áreas de atelectasia (oclusão dos alvéolos pulmonares), pneumonia, pneumonite, hipóxia e até mesmo morte”.

Os pacientes que passaram por um acidente vascular cerebral (AVC) podem desenvolver a broncoaspiração pela falta de motilidade para deglutição por lesões na área motora, ou por lesões nos nervos cranianos que controlam os movimentos de boca e orofaringe, ou ainda naqueles casos depacientes com rebaixamento do nível de consciência (coma e estado vegetativo), nos quais os pacientes não estão acordados, diz Germiniani.

Confira as medidas que podem ser tomadas para cada caso de broncoaspiração:

Atividades de reabilitação, com exercícios de estimulação da deglutição, que são realizados por fonoaudiólogos, assim como o suporte nutricional adequado.

Quando existem secreções pode ser feita a aspiração das mesmas com material próprio, realizada por técnicos de enfermagem, ou de forma mais abrangente, associada a exercícios ventilatórios, por fisioterapeutas.

Naqueles casos em que ocorre pneumonia, deve ser feito o tratamento com antibióticos, assim como o manejo das demais complicações.

Nos casos de broncoaspirações repetitivas ou em situações em que o risco é muito alto, sem perspectiva de melhora da proteção das vias aéreas, indica-se traqueostomia e gastrostomia ou jejunostomia.

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